Embora também adore aquele teu ar sério, ou quando ficas danado com qualquer coisa, sai-te a alma pelos olhos (hoje disse-te isso).
terça-feira, 30 de novembro de 2010
Conclusões do meu dia
A coisa mais bonita que ouvi hoje...
Lindo, este poema... há anos que não recebo uma carta de amor.
Escreve-me ...
Escreve-me! Ainda que seja só
Uma palavra, uma palavra apenas,
Suave como o teu nome e casta
Como um perfume casto d'açucenas!
Escreve-me!Há tanto,há tanto tempo
Que te não vejo, amor!Meu coração
Morreu já,e no mundo aos pobres mortos
Ninguém nega uma frase d'oração!
"Amo-te!"Cinco letras pequeninas,
Folhas leves e tenras de boninas,
Um poema d'amor e felicidade!
Não queres mandar-me esta palavra apenas?
Olha, manda então...brandas...serenas...
Cinco pétalas roxas de saudade...
Florbela Espanca
Foda-se (leia-se como um foda-se vindo do fundo da minha alma) párem de me dizer o que devo ou não escrever aqui. VOU GRITAR ESTA MERDA BEM ALTO PARA QUE TODOS OIÇAM (ou melhor, leiam): ESTE BLOGUE É MEU. E isto já parece obsessão
Poucas vezes foram as que deixei coisas por dizer. Muito poucas mesmo. As que deixei , a isso fui obrigada; do outro lado não as queriam ouvir. Talvez porque lhes custasse, talvez porque sabiam o que lhes esperava, talvez tivessem medo, talvez não estivessem para isso, talvez tanta coisa... Eu tento sempre não deixar nada por dizer, até porque vão se formando camadas de rancores e mágoas na minha alma, tipo o bolo mil-folhas. E eu não estou para isso. Hoje vou tentar falar e ouvir, sobretudo ouvir. Quero ouvi-lo, mas tenho que contar que ele pode não querer falar. Eu quero.Hoje # 2
Gostava de ter acordado às sete como sempre e não às oito como acordei. Gostava de ter tomado o pequeno-almoço sentada com a minha flha, como tomo todos os dias e não a ter "empurrado" porta fora com uma barrinha de cereais e um pacote de leite achocolatado na mão. Gostava de já ter acordado de banho tomado, de cabelo giro, maquiada e vestida. Hoje gostava que algo de diferente acontecesse - eu sei o quê - mas não posso contar. Hoje gostava que algo que espero chegasse pelo correio. Hoje gostava que o sol espreitasse, nem que fosse só uma hora para eu ir ao meu lugar junto com o que espero pelo correio. Hoje gostava de estar doce e sei que estou amarga, tudo porque não dormi direito. Hoje gostava de rir muito, muito mesmo. Hoje quero estar sozinha, nem que seja meia-hora, sozinha com os meus pensamentos. Hoje tenho muita coisa para escrever e só me apetece ficar na cama. Hoje queria não ter que tomar decisões, aquelas triviais de todos os dias. Hoje queria estar aonde tu estivesses.Há noites em que gostava de ser uma princesa
Não para descer de um coche para uma festa num Castelo, não para dormir nos braços de um príncipe - que nem acredito neles. Pura e simplesmente para dormir. São quatro menos um quarto e ainda aqui estou: acordada. Já me levantei para fazer um chá, para pôr água quente na botija, já me concentrei no barulho da chuva para me embalar e nada. Há por aí um fuso? segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Deixem-me ser egoísta
Depois de ler isto. Só consigo pensar que não merecia ter lido aquelas mensagens.
Hoje recomecei a minha terapia. Adorei. Chorei que nem uma desalmada, a J. (minha psicóloga) tocou em coisas muito profundas e dolorosas, coisas lá do passado. Daquele passado que achamos que já não existe, que ficou lá atrás. Mas afinal há coisas que doem, umas podem ser resolvidas, outras temos que as aceitar como são e arrumá-las numa das gavetinhas da nossa alma.À menina que veio cá deixar os comentários de madrugada:
Duas coisinhas: você não sabe ler, muito menos interpretar e agora como se diz aqui na minha terra - BAIMEÀLOJA.
Arre lá para os perfis anónimos.
Aqui há uns dias "enchi-lhe" o carro com poemas... apeteceu-me e fi-lo. Eu sei que ele gostou. A conclusão foi: já não precisamos de pintar a garagem, ficou cheia de côr. Temos que ser espontâneos. Isto nada tem a ver com amor ou paixão, isto tem a ver que me apetecia que ele acordasse com Florbela Espanca e Cecília Meireles. Mais nada.domingo, 28 de novembro de 2010
Não imaginas o esforço que estou a fazer para não te ligar. Na 5ª, quando saí de ao pé de ti, já queria estar outra vez contigo. Bastou olhar para o mar. Foram cinco minutos. Estar contigo e falar contigo, essa garra que te vem de dentro, mostra que há homens bons, com carácter. Homens nos quais as mulheres podem confiar. Gosto quando te exaltas e a tua alma sai cá para fora. Gosto muito.sábado, 27 de novembro de 2010
Acabei de receber uma mensagem no meu telefone. Foi uma grande amiga que ma enviou. Há pouco ligou-me e eu comecei a chorar por causa da crueldade do bandalho comigo. Não me julguem presunçosa, mas eu não era merecedora de tamanha falta de sentimentos, não depois do que senti por ele. Sinto-me tão injustiçada, ela começou a falar mal dele e eu acabei num pranto que tive que desligar o telefone.O nosso piquenique
Foi muito giro. As crianças adoraram. Fomos todos almoçar ao parque da cidade. Ninguém teve frio e ninguém precisou de casaco, além dos adultos. Adorámos. Nós somos felizes assim com as coisas simples da vida: pizza, cachorros, sumos, batatas fritas, cordas para saltar, jogos, bolas e alegria. Para quê mais do que isto? A MC está encantada da vida e isso não tem preço.sexta-feira, 26 de novembro de 2010
E porque eu acho que vocês são adoráveis...
... decidi partilhar aqui um texto meu. Foi escrito numa aula de escrita criativa, estou muito cansada para explicar esta técnica ( hiperbato com troca de nomes e verbos), mas se estiverem atentas (os) percebem facilmente. Quero salvaguardar que os textos são ficção e têm várias histórias interligadas. Em nada são semelhantes à realidade, nem aos textos que aqui escrevo, esses sim, são do mais real que há.Esta era a frase inicial (retirada de um blogue: cartas à filosofia): Um projecto que parecia tão real, tão próximo, que é despejado por terra como um castelo de cartas e nos torna simplesmente descrentes.
Um projecto que parecia tão real, tão próximo, que é despejado por terra como um castelo de cartas e nos torna simplesmente descrentes. É a descrença que assusta, nunca quis tornar-me uma pessoa descrente no amor, nunca… E eu já não acredito que alguém me vá amar como tu me amaste, eu já não acredito que alguém me vá fazer o que tu me fizeste. Desta vez não tinha um projecto, deixei-me levar e o que isto me trouxe foi bom, muito bom. Era o estado em que queria estar sempre: enamorada. Sem os problemas do dia-a-dia, da convivência. Tinha um castelo que parecia tão real, tão próximo, que é despejado por um projecto como cartas de terra e nos torna simplesmente descrentes.
Ele era tão real, tão próximo, como se tivesse estado sempre ao meu lado e a verdade é que nunca tinha. E isso é incrível. Nunca me tinha acontecido, me sentir atraída por alguém pela escrita. E aquilo que vivemos, não era um projecto: era um esboço de uma aguarela, clarinha, clarinha. Mas as marcas da aguarela, podem ser claras, que não deixam de ser marcas. Já não as conseguimos limpar da tela. A tela nunca mais vai ser branca, vai ficar marcada para sempre. Como ficou marcada a minha alma.
Um projecto que parecia tão real, tão próximo que torna a terra como um castelo de cartas e despeja-nos a descrença. Um castelo de cartas caiu quando saíste de Leça. Agora entendo que era um jogo. As cartas estavam em pé, tu empurraste a primeira e eu, com medo e ansiosa, segurei o baralho a meio. Eu queria continuar a jogar. Segurei o baralho e a outra metade ficou intacta. Pouco a pouco comecei a levantar as que tinhas deitado abaixo; faltavam-me três, o cansaço e a ansiedade atrapalharam-me as mãos. Quando levantei a terceira, um movimento em falso deitou tudo abaixo.
E este aqui é o comentário de um dos meus professores preferidos: As frases/hipérbatos dão intensidade e capacidade de sedução ao texto, pois acentuam o seu carácter metafórico. Numa narrativa em que a acção é eminentemente psicológica e os sentimentos são revelados de forma crua, directa, pungente, a imagem do castelo de cartas a desabar confere beleza estética à ideia de perda amorosa e de desagregação emocional.
Mas há mais frases de bom recorte literário e força narrativa, como “era um esboço de uma aguarela, clarinha, clarinha” ou “a tela nunca mais vai ser branca, vai ficar marcada para sempre. Como ficou marcada a minha alma”.
Em resumo, o texto é feliz porque, para além da catadupa de emoções, tem um registo metafórico certeiro, sustentado na associação de um castelo de cartas a cair com o fim de uma relação amorosa. O final do texto é particularmente enternecedor: “Eu queria continuar a jogar. (...) Quando levantei a terceira, um movimento em falso deitou tudo abaixo”. Acontece aos melhores...
Queria contar-te
Apeteceu-me repetir este post que data de 13de Outubro. Apeteceu-me...
Gosto...
Gosto de homens descomprometidos
Esta música espelha tão bem o último post
Atentem na letra. Porque a letra é que tem força e a voz desta mulher é de outro mundo.
Sou uma pessoa católica. Profundamente católica. Sou católica praticante, vou à missa e à comunhão. Há uma coisa que Deus (ou eu própria, como preferirem ler) me ensinou: nunca peças nada que não saibas se podes aguentar.O comentário que deu post # 8
Adoro! E mesmo quando as minhas amigas me dizem "não devias ter-lhe dito que gostas dele... vais afugentá-lo" eu nem quero saber. É que não era suposto isso acontecer, a ideia era acontecer o contrário, mas se não acontece então é porque também não vale a pena. Até acaba por ser uma boa forma de arrumar logo com o assunto e nunca fico entalada com aquilo que sinto e a pensar mais tarde que "se calhar se tivesse dito....".
Antes pensava muito nas coisas para as fazer direitinho... Agora adoro ser espontânea (menos rugas).
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Minhas queridas leitoras e leitores (em menor número, eu sei)
Eu sei que vens aqui
Eu ...
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho,e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...
Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!
Florbela Espanca
Meu doido coração aonde vais,
No teu imenso anseio de liberdade?
Toma cautela com a realidade;
Meu pobre coração olha cais!
Deixa-te estar quietinho! Não amais
A doce quietação da soledade?
Tuas lindas quimeras irreais
Não valem o prazer duma saudade!
Tu chamas ao meu seio, negra prisão!…
Ai, vê lá bem, ó doido coração,
Não te deslumbre o brilho do luar!
Não ´stendas tuas asas para o longe…
Deixa-te estar quietinho, triste monge,
Na paz da tua cela, a soluçar!…
Florbela Espanca - Trocando olhares - 26/06/1916
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Homens deste país à beira mar plantado
O bandalho
O bandalho disse-me coisas tão horríveis, mas tão horríveis que, por vezes, até me custa a crer que alguém consiga ser tão cruel. Uma vez disse-lhe que sonhava com ele todas as noites, uma delas acordei com a voz dele ao meu lado (é verdade) a dizer-me: vai para o chão da casa de banho que preciso de ouvir a tua voz. Contei-lhe isto e o comentário do escroque foi: "isso, se calhar, é uma obsessão qualquer.". Fiquei tão chocada com aquilo que fui falar com uma psiquiatra, acreditam? Perguntar-lhe se seria mesmo aquilo que a besta dizia. Ela sorriu e disse: Maluquinho é ele. Esse é o seu desejo de o ter ao seu lado e por estar apaixonada, Rita. A Rita está apaixonada.terça-feira, 23 de novembro de 2010
Para vocês que são as maiores cuscas de toda a blogosfera
Está a crescer uma amizade. Só isso. Uma amizade. não há borboletas não há nada. Só vos digo que gostamos de estar um com o outro e estamos sempre a arranjar pretextos para isso. Mas é só amizade. Acreditem. Hoje já arranjamos maneira de estar duas vezes juntos e depois custa sair de perto um do outro. Mas é pela conversa.
Eu tenho medo. Apareceu-me um único escroque na vida e eu sei que não vão ser todos iguais àquela besta. Aliás se eu pensar os olhos dele diziam tanta coisa. Odeio olhos verdes sempre odiei. Não são todos como ele, eu sei. Tive alguns namorados e todos tinham carácter, todos.
Eu sou daquele género de pessoa que não gosto de ser indiferente a ninguém. Aliás detesto. Prefiro que não gostem de mim do que gostem mais ou menos. Não sou esse género de pessoa. Talvez pela minha natureza: sou uma eterna apaixonada. E aqui no blogue é a mesma coisa: gosto de mexer com as pessoas, com os sentimentos, gosto de as pôr a pensar, gosto de as abanar. Por vezes, sei que consigo, outras nem por isso e depois há outras em que provoco reacções terríveis de insulto mesmo (cada vez mais raras é verdade, porque não aceito comentários anónimos). Mas quando o insulto é acompanhado de um comentário inteligente também não me importo, até gosto.







Um homem nunca engana uma mulher. Já uma mulher engana-se muita vez. Faz que não vê. Só vê o que quer ver. Só tira daquele homem real, as partes que são parte do seu homem de sonho. Por isso, nenhum homem se pode rir de ter enganado uma mulher, dever-lhe-á antes agradecer, pois se não fosse ela, ele nunca o teria conseguido...



















