terça-feira, 30 de novembro de 2010

E isto já parece obsessão

Mas não páro de ler o texto da Asinhas de Frango:

"(...)O que quero tentar explicar é que o amor merece mais do que palavras bonitas (...)O amor, ainda que estendido no chão e espezinhado, merece respeito e mesmo que nada dessas recordações façam sentido e nos pareçam ridículas, o que realmente deve ser recordado são os momentos de partilha, em que demos do fundo de nós um pedaço do que somos. E é simplesmente nisto que o amor é maltratado: as pessoas partem, esquecem as palavras (...) mas esquecem também que um dia alguém abriu o peito e de lá retirou um pedaço de humanidade para colocar nas nossas mãos. Na esperança de que respeitássemos sempre aquele pedaço vivo e único que retrata a pessoa com quem estamos e que ali permanece nas nossas mãos, mais ou menos amachucado quando deixamos de estar também. (...) ignora os medos, as mágoas que lhes foram confidenciadas ao ouvido nos momentos de entrega e se for preciso pisa esse mesmo coração da mesma forma ou de outra (...)".


Porque tu desfizeste-o, mas não julgues que o mataste. Ele continua aqui a bater, mais devagar, mas bate. E embora haja quem entenda que ainda bate forte por ti, eu entendo que não. Que ele abrandou e nem quando me vens ao pensamento ele teima em bater mais acelerado. Eu dei-te uma parte dele e desfizeste-o, não o respeitaste e não mo devolveste. Ficou aí desse lado. Eu já não o quero, tem cicatrizes que já não cabem nesta caixa. Sabes que o meu coração, ao contrário, do teu tem uma capacidade: auto-regenera-se. E isso só é possível nas pessoas que se entregam. Não te amei, não tive tempo para isso. Mas apaixonei-me e isso é uma forma de entrega.
E tem dias que ele quer bater por outro alguém, mas como falta esse bocado que está aí nas tuas mãos, ele não consegue voltar ao estado em que gosto de o sentir: descompassado. É o tempo que falta, vou-lho dar. E um dia com toda a calma do mundo ele vai sentir-se seguro para de novo subir à garganta e aparecer aos saltos no meu peito por aquela pessoa que até já escolhi.

4 comentários:

A" disse...

ADOREI O TEXTO. Revi-me um bocado nele, mas o meu coração já começou a bater por alguém, ja se regenerou e já está a começar a funcionar, não a cem por cento, mas já funciona. Com o teu, estou certa, que aconterá o mesmo.

Beta disse...

B R U T A L
F A N T Á S T C O
A M E I

Rita caga em que não entende, ou pk não sente ou simplesmente pk não sabem ler!

Bj

R.L. disse...

Rita,

fico feliz que tanto tenhas gostado dele. É teu, passa a ser teu. Lê-o sempre que precisares e sempre que tiveres de te lembrar que quando é amor, não se maltrata o amor. E que isso te torne mais forte ainda.

*

Este Blogue precisa de um nome disse...

Obrigada RL, obrigada mesmo. Há pessoas que não têm mesmo noção do quanto nos marcam.

Obrigada