terça-feira, 31 de março de 2015

Nós



Eu
Soube que disseram por aí
E foi pessoa séria quem falou
Que você tava com saudades
De me ouvir cantar por aí

Eu
Sei que você disse por aí
Que não tava muito bom
Teu novo amor
Você tava mais querendo
Era me ver passar por aí
Pois é
Esse samba é pra você
Ó, meu amor
Esse samba é pra você
Que me fez sorrir
que me fez sonhar
Que me fez cantar
Que me fez chorar
Que me fez feliz
Que me fez amar

pois é: é para você: que só há muito pouco - tempo - soube que amava



« {...} Pois é
Esse samba é pra você, ó, meu amor
Esse samba é pra você
Que me fez sorrir, que me fez chorar
Que me fez sonhar, que me fez feliz
Que me fez amar {...}».

Cássia Eller

segunda-feira, 30 de março de 2015

estou tão feliz

hoje recebi a notícia. tenho o maior dos gostos em ser tua madrinha, meu querido.

domingo, 29 de março de 2015

vem buscar-te


« Há ainda em mim tanto de ti.
Esqueceste-te de ti aqui. Ficaste por cá sem pedir autorização à dona do espaço. Arrumaste-te no canto mais profundo onde eu tento não te encontrar. Permaneces por cá há tão longo tempo, como que enraizado em mim, que começo a duvidar que algum dia decidas vir buscar-te. Lembra-te onde te deixaste e vem-me buscar a mim.
Há em mim tudo de ti.».

Rita Leston

sábado, 28 de março de 2015

Aconselho vivamente



num mundo tão diferente do nosso, mas é aqui: no nosso mundo.

detesto apontar o dedo

mas foda-se a ser verdade a entrevista que a namorada do Andreas Lubitz deu a um jornal alemão, a gaja é tão ou mais culpada que ele. pelos vistos esta não esta doente.

ai e tal vem aí uma onda de calor


ontem tive que ligar a salamandra. dormi de botija, com edredom. fui fazer o pequeno-almoço e tremi de frio.
meti férias a contar com o calor e pelo que vejo vai chover.

ontem por engano

publiquei aqui um texto do meu outro blogue. sim, tenho um outro blogue. secreto fechado a leitores. comecei a escreve-lo há 5 anos quando percebi que não podia escrever tudo aqui. ontem, num momento febril enganei-me e publiquei-o neste. entretanto apaguei-o. detesto escrever e apagar, mas aquele texto não poderia aqui ficar. sempre que conto aqui alguma coisa de bom, tudo descamba. sei que não é pela maioria de vocês, mas há uma mão de leitores deste blogue que vem para aqui destilar veneno e desejar-me o mal. outro dia li por aí algures, qualquer coisa do género: se queres que corra bem, guarda segredo. é mais ou menos isto.

sexta-feira, 27 de março de 2015

às vezes olho para a minha filha e vejo-me na idade dela


a mc não gostava de viver onde vive: a mc gostava de viver onde vivem as amigas. eu entendo: já fui assim e mudarem-me de matosinhos para leça da palmeira - na altura! - matou-me. só que eu não quero viver onde ela quer: isso obriga-a a fazer kms de autocarro, a pé e a mim - por vezes - de carro. ela não gosta e eu também não. mas, a vida não é um mar de rosas, eu sei e ela vai sabendo. vamos gerindo. só que há dias que não dão para gerir: hoje é um deles. eu ia jantar fora, mas com a febre e com o mal-estar que sinto não consegui. ela quer estar lá e eu quero estar aqui. e mesmo estando uma grande amiga com ela no sofá a ver séries, eu olho para ela e vejo-me a mim, na idade dela. esta miúda vai sofrer horrores tal como eu sofri na idade dela. faz parte: mentalizo-me eu.

quinta-feira, 26 de março de 2015

quarta-feira, 25 de março de 2015

depois do último post

só poderia voltar aqui para escrever sobre algo sério.
não costumo divulgar tudo o que me pedem, mas este pedido não me é indiferente: diabetes.





A Maratona da Saúde é uma associação sem fins lucrativos que pretende alertar e esclarecer a população para a importância do investimento em investigação científica de forma a possibilitar uma melhor prevenção, um melhor diagnóstico e melhores tratamentos para as principais doenças que ainda não têm cura definitiva.

Esta sexta-feira, dia 27 de Março, a Maratona da Saúde e a RTP+ vão realizar um espetáculo solidário, numa emissão de nove horas, entre as 14H00 e as 20H00 e as 21H00 e as 00H00. Esta é uma maratona televisiva que une a música e o humor à angariação de fundos para a investigação científica sobre a Diabetes, o tema deste ano. Jorge Gabriel é o embaixador e vai apresentar este espetáculo solidário em conjunto com Catarina Furtado sob o mote “Juntos Vencemos a Diabetes”.

Ao longo da emissão, os telespectadores poderão contribuir para esta causa através de chamadas para o número de valor acrescentado 760 20 60 90 (0,60 euros + IVA).

A Diabetes afeta mais de 1 milhão de portugueses! É urgente alertar para os seus perigos e consequências e ajudar na investigação científica desta doença.

em choque


hoje almocei sozinha em casa e chorei como uma madalena. estou chocada. já liguei mais de dez vezes à minha filha. sei que é uma estupidez, que todos os dias há acidentes, mas a queda deste avião - talvez pela proximidade - transtornou-me.

tarefa árdua, a da minha filha


uma das tarefas da mc cá em casa é dobrar meias. a miúda está de férias: veio cá casa - de passagem - tomar banho, encher o bucho e já marchou para outro lado. bai daí a mula aqui esteve a dobrar as ditas cujas, para não lhes chamar putas. e hoje entendi-a: para onde vão as cabras?
a próxima vez que me disser: oh mãe, já não aguento, por favor dobre o resto. vou ser mais tolerante, mas vai dobra-las na mesma. isso é um facto.

terça-feira, 24 de março de 2015

as férias da mc


cansam-me tantooooooo

para um homem me pôr a ler um blog é preciso muito

https://factosdetreino.wordpress.com/

leio muito poucos blogs escritos por homens, por norma acho-os uma valente seca. gira sempre tudo de volta das gajas boas, do futebol, da política, da piadola fácil. não tenho pachorra.

já tenho este debaixo de olho há uns tempos. adoro. ide ber, ide...

factos de treino

para ti:



« quero sua risada mais gostosa


esse seu jeito de achar que a vida pode ser maravilhosa [...] ».

segunda-feira, 23 de março de 2015

QUEM ME DERA




o que já desejei e que agora já nem sei.

bethânia e pessoa= tudo o que precisava hoje



adenda ao último post

quem me deixa para segundo plano por causa dos filhos, tem: os meus aplausos, a minha vénia e a minha admiração.

isto de ser pai / mãe tem muito que se lhe diga

fiquei sem companhia para o jantar. mas este silêncio preenche-me a alma.

deus ouviu as minhas preces

e com a graça de nosso senhor, parece que o grupo que cá dormiu bazou para outra paragem. mas antes, almoçaram cá todas e fizeram -me vir a correr fazer um arroz de polvo que já tinha adiantado ontem à noite [uma vida fodida a minha! comandada por adolescentes como podendes ber]. deixaram-me a casa de banho cheia de cabelos [ mas, antes isso que o pelo da barba de um estupor qualquer], o quarto parece que foi invadido por gregos em fúria e a caixa das bolachas ficou literalmente vazia. nos entretantos, a cambada bazou para outra casa [ coitada da marta!] e eu estou rodeada de patés, vinho tinto, umas tostas do outro mundo [ do lidl, claro!], preparo-me para jantar em ótima companhia e ver o filme que comecei a ver ontem [adormeci ao minuto 40] e que promete: the good lie e proantos é isto: vou ali ser feliz.
adolescentes? hoje? nem vê-los. a não ser que o meu vizinho se ponha a tocar flauta e aí já não respondo pelos meus atos.

do que vou conseguindo e me orgulho


na minha filha. nos vossos emails. nas vossas confidências. no caminho que faço todos os dias. em quase tudo o que me escrevem. obrigada.

domingo, 22 de março de 2015

isto de me pôr a ler o blogue dá nisto

o texto que um dia me dedicaram:

« Há pessoas que sentem com todas as células que compõem o seu humano corpo. E essas pessoas cultivam em mim uma certa curiosidade. Gosto da forma como querem resolver o que outros julgam impossível, só porque o sentimento que as define as faz acreditar. Gosto da forma como querem desvendar os mistérios no coração dos outros. Gosto da forma como os querem entender, como se compadecem das suas dúvidas e perdição. Gosto da forma como são, estupidamente, humanas.
Como sentem com o corpo, quando se trata daqueles sentimentos menos fervorosos, daqueles que por vezes machucam, há toda uma resposta traduzida em forma de lágrimas, impaciência no olhar, ritmos cardíacos alucinados, por vezes até rash cutâneo. E não, não estão a fazer de propósito para serem notadas... é-lhes completamente inerente e não conseguem controlar... mas vão tentando aprender. Essas pessoas que sentem com o corpo, sentem em demasia, querem sentir em demasia, necessitam dessa demasia. Não conhecem outra forma de ser, de agir. Mas nem sempre são entendidas. É fundamental esclarecer que essas pessoas não têm a prepotência de achar que essa forma de viver é única. Sabem que não é, respeitam isso, como necessitam que respeitem e aceitem a sua forma de sentir.
É certo que é muito mais difícil de reparar uma pessoa que sente com o corpo, porque quando adoece o sentimento o corpo ressente-se, e muito. É muito mais sufocante, e até mesmo desgastante, uma pessoa comportar em si esta característica. Por vezes, chego a achar que é mordaz, exageradamente perfeccionista e até mesmo psicótica a necessidade de sentir tudo. Mas admiro-as. Admiro a honestidade, a transparência, o desafio que nos deixam no ar. Gosto destas pessoas porque dificilmente escondem intenções maquiavélicas. Estas pessoas odeiam jogos de intenções. Odeiam ter que supor, odeiam questões dúbias. Fogem dos mal-entendidos e, principalmente, são fiéis, compulsivamente fiéis, ao sentimento que ousam partilhar. A segurança que nos dão é tão relaxante, cultiva nos mais íntimo de nós a confiança nelas e, muito raramente, criam em nós expectativas defraudadas.
Eu gosto destas pessoas e quero-as ardentemente na minha vida. Elas ensinam-me a promover a leveza, ensinam-me a respeitar o que sinto, da forma que sinto, mesmo que ilógico aos olhos da maioria. Elas obrigam-me a encarar os erros como aprendizagem e a perceber que o sentimento provocado, por mais penoso que seja, é também libertador do meu medo incontrolável de sofrer. É nelas que busco a força para, dia após dia, consolidar a força para fazer jus ao que verdadeiramente sinto, ao que verdadeiramente sou. Gosto da ideia simplista que ostentam: são o que são, sentem o que sentem, sem pudores ou necessidade de explicação. Dizem as más línguas que são pessoas mais frágeis, mais expostas ao perigo, menos protegidas e, portanto, sofrem mais e vivem mais o sofrimento. Mas porra... sentem tudo na vida como deve ser! São vivas. São cativantes. São desafiantes. Corre-lhes nas veias a vontade de lutar por um mundo com pessoas mais humanas. Querem que, no decorrer da vida, haja quem se deixe encantar.
Eu sou uma dessas pessoas. Estou encantada. {...}.».

daqui da minha querida Lovely.

dos tempos em que eras tu, de verdade:

Eu não sou uma mulher de cutchi-cutchi, não sou uma mulher de grandes declarações {se bem que já não sinto amor há uns bons anos. Mas bolas, apaixonei-me entretanto, e nem assim...}. Eu sou uma gaja meio bruta, que faço piadas de tudo. As pessoas sabem que gosto delas, quando implico. Se não implicar, se não brincar, podem acreditar que me são totalmente indiferentes.

 
E também sou assim em relação "a com quem estou": detesto lamechices. Detesto merdas e conversas da carochinha. Gosto de homens práticos. Outro dia, a brincar, ele perguntou: queres que te trate por amor ou por princesa? ri-me e respondi: antes cabra, que fofa, ou princesa ou o raio que parta. Quero ser tratada por Rita que é o meu nome! Rimo-nos os dois {a coisa que mais fazemos juntos}. Detestava ter um homem daqueles melosos; detestava ter um gajo que me desse flores e me fizesse declarações a toda a hora. Eu quero que ele tenha vontade de estar comigo e que o diga, sem jogos, sem merdices. Que se nos apetecer cometer uma loucura, a cometamos. Mas, sem alaridos, sem que tenhamos que espalhar ao mundo o que estamos a viver. Eu sou muito prática e isso é o que faz o meu caminho. É lógico que como qualquer mulher, gosto de uma mensagem a meio do dia, sinal que ele se lembrou de mim; gosto dos nossos cafés de manhã; das nossas conversas à noite; das vezes que fugimos os dois para aquele que é o nosso lugar no mundo, mas o que temos é só nosso. Muito nosso.
 
{...}
 
Por isso peço-te: continua assim: meio-aluado, a dar uma no cravo outra na ferradura, a mostrares a tua admiração por mim, com palavras normais, com esse ar de mal ajambrado, de cigano. De não estares sempre disponível, de não sermos nada um ao outro e depois acharmos que somos alguma coisa. Olha, continua assim como és.

post escrito a 21.06.2013

porra


o que eu era e no que me tornei.

o que me cantarias:



Uma tigresa de unhas negras e íris cor de mel
Uma mulher, uma beleza que me aconteceu
Esfregando a pele de ouro marrom do seu corpo contra o meu
Me falou que o mal é bom e o bem cruel
Enquanto os pelos dessa deusa tremem ao vento ateu
Ela me conta sem certeza tudo o que viveu
Que gostava de política em mil novecentos e sessenta e seis
E hoje dança no Frenetic Dancin' Days
Ela me conta que era atriz e trabalhou no Hair
Com alguns homens foi feliz com outros foi mulher
Que tem muito ódio no coração, que tem dado muito amor
E espalhado muito prazer e muita dor
Mas ela ao mesmo tempo diz que tudo vai mudar
Ela vai ser o que quis inventando um lugar
Onde a gente e a natureza feliz, vivam sempre em comunhão
E a tigresa possa mais do que o leão
As garras da felina me marcaram o coração
Mas as besteiras de menina que ela disse não
E eu corri pra o violão num lamento e a manhã nasceu azul
Como é bom poder tocar um instrumento


só tu o poderias fazer. é o me achas: uma tigresa. apanhaste-me / compreendeste-me a alma sem nunca ma teres tocado. só tu poderias cantar-me isto, meu querido M. hoje pensei tanto na tua genuidade e no quanto me faz falta a tua loucura e espontaneidade. tanta falta. gosto de gente que grita tudo e tu gritas.

eu mereço

há pouco saíram todas cá de casa. fui tomar banho, sorri e pensei: até que enfim, paz! vou poder esticar-me no sofá, jantar descansada...
pois, parece que não. diz que vem aí mais uma fornada de adolescentes, desta vez para dormir... deus meu! isto é um entre e sai que não se aguenta :-)


ca puta de domingo

vesti o bikini, aliás ainda o tenho vestido. quando saí de casa, chuviscou. desisti da praia, mas estive ao sol. já estou bronzeada, é uma verdade mas o tom da minha pele não condiz com o tom da minha alma.
fiz umas panquecas que embora soubessem bem, estavam com um aspeto mais próprio para irem para o lixo.
fui a correr, fotografar o pôr-do-sol, quando cheguei ao spot tinha acabado de desaparecer no horizonte, como dizia a mc quando era pequenina: oh mãe, o mar comeu o sol.
apetecia-me ter vegetado no sofá, mas este foi tomado de assalto por um grupo de adolescentes.
tenho roupa para arrumar como se vivessem 20 pessoas cá em casa + um recém-nascido.
estou com zero de pachorra e quando penso que amanhã é segunda, só me apetece cortar os pulsos.

hoje lembrei-me de ti


Ele: Ai Rita, adoro ver-te a entrar no mar...

sexta-feira, 20 de março de 2015


tigresa


Com alguns homens foi feliz com outros foi mulher


quinta-feira, 19 de março de 2015

foda-se

tenho um terçolho, acho que já não tinha uma merda destas bai para mais de 15 anos. é a ruindade a bir ao de cima.

cá em casa é tudo ao contrário:

hoje é dia do pai, mas o meu é que me deu um presente.

tão, mas tão verdade:

algo que li por aí: eu acredito que a atenção é a forma mais genuína de gostar.

e não, não me acho uma super mãe

acho que sou uma mãe normalíssima. faço o que QUASE todas as mães fazem pelos filhos, mas com uma nuance: valorizo imenso o que a mc sente e respeito-a.
converso com ela, tento fazer o exercício dela «sair da caixa», mas ela continua a sentir o mesmo. não acho que obriga-la a negar o que sente, bater-lhe para agir de forma politicamente correta e assim ensina-la a ser hipócrita, fizessem de mim uma boa mãe.
houve quem em tempos me acusasse de não a obrigar a sentir algo que não sente; houve em tempos quem me apontasse o dedo por EU não construir uma relação da mc com outra pessoa - devo esclarecer que a relação que tenho com a minha filha {mesmo com falhas! imensas!} é da minha inteira responsabilidade: ninguém a construiu por mim - existiram tantos dedos e sei que ainda existem, mas só eu durmo com a minha consciência e garanto-vos que nesse departamento, durmo como um anjo. eu sou mãe da mc, nunca fui pai, não quero e não conseguiria.

sou mãe, mas nunca consegui ser pai. só mãe. faço o melhor que posso.

« Porque hoje é dia deles. Mas, também, porque há mães que tudo são. Porque há mães que se desdobram em duas e têm de representar ambos os papéis. Porque há mães que, além de serem tudo o resto, também são pais. Que sozinhas viram o mundo para defender quem é um pedaço de si. Que não têm direito a pausas, a um vou-ali-e-já-volto-agora-toma-tu-conta-deles. Que se reinventam todos os dias para lhes dar e ensinar o melhor dos dois mundos.

Virem o mundo por eles. Mas virem-no também por vocês.
Um dia eles vão agradecer.

Às mães que são pais: feliz dia.
São umas super-mães.».

 Rita Leston, daqui.

quarta-feira, 18 de março de 2015

da crença que ainda deveria ter no ser humano

há uns anos - ainda a mc andava no ballet - estava a chegar para a ir buscar e vi uma criança a correr pela rua. o avô chegou uns segundos depois e disse:

- onde vais, miúdo? tens que ter cuidado há pessoas más que te podem levar, nunca mais vês o teu pai nem a tua mãe...

eu intrometida, como só eu sei ser, interrompi e disse:

- não, as pessoas são - quase - todas boas. podes é ter o azar de encontrar alguma que não o seja, mas é raro...

o avô não achou muita graça, mas como tinha travado o neto de atravessar a rua e ser atropelado, anuiu.


hoje passou-se quase uma década e acho que o avô é que tinha razão: há pessoas más que nos tentam roubar tudo, inclusive a candura e inocência. estas não existem só na infância: também existem aos 41 anos.

enfim...

mais outra conclusão:

a alegria da minha filha faz-me sorrir. confessou-me que é feliz enquanto dançava. há maior felicidade do que essa?

moral da noite:

faz o bem sem olhares a quem.

e enquanto me queixava da tristeza recebi um email de alguém que tem todos os motivos para o estar. prontifiquei-me  a ajudar e fá-lo-ei.

não, não é bonito de se ver


entrei em casa às oito e meia da noite e deparo-me com o seguinte cenário: a minha filha de joelhos, aos gritos em frente à televisão.

- estás aos gritos porquê, posso saber?
- o meu menino está a jogar, mãe.
- ????
- o neymar, mãe... o neymar...
- ????

valha-me nossa senhora, anda uma pessoa a criar uma filha para ter uma paixão assolapada por um dos homens mais feios do planeta [exagero. já sabem que primo por ser exagerada em tudo]. mas, tinha posto a mesa para o jantar que tínhamos cá em casa, nada mau... digo eu!

não a minha vida não é um mar de rosas, como a de todos nós

ando triste.
não tenho a pretensão que sou feliz sempre. escrevo aqui episódios engraçados: recebo os vossos emails a elogiarem o meu sentido de humor e a minha força {aliás, devo um agradecimento pelos mesmos: o meu muito obrigada}, mas a minha vida não são só episódios cómicos. há dias que me apetece chorar. durante anos não os passei para segundo plano: vivia a tristeza com a mesma intensidade que a alegria. nos últimos meses, tenho tentado passar por cima deles: sorrio a cada lágrima que quer sair; espanto a ansiedade e tristeza com gargalhadas sonoras {quem me conhece sabe que rio muito alto: quase de forma escandalosa}; trabalho para esquecer uma parte da minha vida; danço quando o meu corpo quer aninhar-se e ali ficar a lamber as feridas; oiço a música num volume demasiado alto, para abafar o que a minha alma grita; atiro-me a quase todos os projetos com medo que no futuro algum me falte; dedico-me ao próximo com afinco e esqueço-me que também tenho direito que alguém se dedique a mim; tenho uma rede de amigos, de família e de ajuda que poucos podem gabar-se de ter, mas que não colmatam todas as faltas que tenho. sou de afetos, de abraços embora não seja cutchi cutchi. largo tudo para ajudar alguém, mas cruzo-me com poucas pessoas como eu! isto não é um julgamento: cada um faz o que pode. só que sinto-me um et no meio disto tudo. se há uns anos deixava que me roubassem bocados da alma, hoje travo-me e imponho limites. não queria ser assim. gostava que me deixassem ser eu. sou tão melhor do que isto. mas, se a vida me impõe que seja assim, assim serei. sou feliz na maior parte do tempo, mas hoje não me neguei viver a tristeza: hoje chorei. e espero chorar mais. não podemos negar-nos a sentir tudo: o bom e o mau, com a mesma intensidade. eu neguei nos últimos meses e vi que não era o caminho. não quero ser azeda e sei que não sou. mas, andei a lutar para ser mais feliz: cheguei à conclusão que só o serei se também souber ser infeliz, se souber beber a tristeza do momento, tenha ela a duração que tiver. tenho a vantagem de durar pouco, então para quê nega-la?
 
 


meia-noite e acho que não vou dormir


acabadinha de chegar de uma reunião da escola da mc: reunião da associação de pais com os representantes dos EE das turmas. estava dos dois lados: pertenço à associação e sou representante do 8º h - turma da mc. nem sei que vos diga. o ensino público não me convence é uma verdade; não sei para onde me vire. ouvi coisas do arco da velha e não sei se estou disposta a que a minha filha seja um tubo de ensaio. os critérios de avaliação são do tempo do arroz de 15 e essa merda não me agrada. porque é que não têm todos acesso em pé de igualdade às universidades? estou com a cabeça em água e a pensar onde posso ir buscar dinheiro para ela voltar para o privado. estou solidária com os professores, mas os alunos não têm culpa desta luta: entre o ministério e os docentes.
só penso: ouviste os problemas, agora procura as soluções. és uma mulher prática, rita. de letras, mas prática. os próximos dias prometem.

segunda-feira, 16 de março de 2015

tenho que deixar de queixar-me: o raio da miúda sai a mim


- oh mc, tu explicas-me o que é que estás a fazer há tanto tempo no pc?
- estou à procura de uma dieta...
- ?????

o meu cabelo já precisa de ser pintado outra vez


( a mc na quinta-feira não foi à escola porque estava doente, aliás estivemos as duas doentes). hoje:

- que pena não ter ido às aulas naquele dia.
- ???
(sei o quanto gosta da escola)
- na aula de ginástica houve uma conferência sobre o tabaco...
- ahhhh foi pena...
- pois foi, disseram-me que o orador era giríssimo...
- ????

daqui

sábado, 14 de março de 2015

sexta-feira, 13 de março de 2015

eu sou top:

vou dar um jantar em casa, sem nada para cozinhar e sem vinho. mas, vai haver jantar na mesma.

acabei de foder uma garrafa de tinto

não, não a bebi. ficou feita em pedaços na garagem. só vos digo: está um cheiro no prédio, que daqui a uma hora estaremos todos bêbados.


a escola da mc


abriu e nenhum professor aderiu à greve. valha-me isso.

mas o top dos tops

é a greve à sexta. adoro.

eu não aguento esta merda

oh pá, ainda acham que a greve é uma forma de luta?

ahahahahahahahahah

estes gajos dos sindicatos só à chapada. fazem o mesmo há 40 anos. foda-se, uma evolução estonteante!

quinta-feira, 12 de março de 2015

quarta-feira, 11 de março de 2015

a música que gostei



do filme que não gostei baseado no livro da minha vida.

foi a primeira vez que vi um filme baseado num livro que li: experiência a não repetir.

ahahahahahahahahhhahahahhah


- Amiga, ele tá vindo, o que eu faço?
- Aja naturalmente.

roubado descaradamente daqui

ainda estou à gargalhada. ahahahahahahah

terça-feira, 10 de março de 2015

oh god, please, give me a break



estaba a chabala a ir para a cama, depois de eu estar 37m e 59 s a mandá-la, volta para trás e diz:

- a mãe nem imagina, este ano - 2015 - vai ter mais um segundo por causa da rotação da terra...

- olha mc, vou dar-te uma rotação que nem imaginas. são onze da noite... vais voar...

parbalhona da miúda, pá


no carro, eu a chegar-me a ela:

- oh mc, dá beijos à mãe...
- oh mãe, menos... muitos menos. quando é que isto vai parar? tenho 14 anos...
- ai não dás? olha que há pouco de manhã, apanhei-te - ainda - a dormir e enchi-te de beijos...
- ca medo... deus meu...
- [...]

Pearl Jam & Ben Harper - Indifference



de hoje.

segunda-feira, 9 de março de 2015

palavras que podiam ser minhas:

« A verdade é que quase nunca sabemos responder às dúvidas que surgem no caminho. Há sempre duas hipóteses: arriscar ou passar a vez. O passado - esse que insiste em tirar-me o sono - ensinou-me a custo que mais vale arriscar. Jogar pelo seguro não me leva a nenhum lado. Ficar à espera só serve de frustração pelo tempo perdido. Passar a vez é garantia de uma vida a matutar no "e se..." que tanto me agonia. Quando não se tem nada a perder é muito mais fácil arriscar. Apostar tudo na resposta que não temos como certa mas, por segundos, nos garante o jackpot. Ou nos deixa sonhar. Acreditar que desta vez vamos escolher o caminho certo. Permitir-nos voltar a sentir a adrenalina de quem aceita os desafios. Há quem lhe chame imaturidade. Ou irresponsabilidade. Vejo os olhos de censura que dizem mais vale jogar pelo seguro.  E deve ser verdade, para quem tenha os pés no chão. Eu prefiro chamar viver a este eterno arriscar. No fim do dia o que me resta é este constante aceitar que quase nunca escolho o caminho certo. Os anos somam-se neste eterno processo de tentativa e erro. Mas o que levamos da vida são as tentativas. Os recomeços. As apostas cegas, sem garantias de retorno. Os riscos que corro e me lembram - todos os dias - que ainda estou viva. E no final, contas feitas aos resultados, chega a hora das desistências. Do assumir as más escolhas. Dos erros. E aceitar finalmente que este foi só um dia mau e amanhã (ou depois) chegará novamente o tempo de arriscar.».
 



domingo, 8 de março de 2015

palavras que podiam ser minhas, tivesse eu esta lucidez:

« Eu achava que este dia não era para mim. Mas é. Este dia, afinal, é para mim.

E é para mim e para todas as mulheres que, fora do meu etnocentrismo, continuam a precisar de um dia que as lembre da luta pela igualde. É para mim e para Jyoti Singhque, a rapariga de 23 anos que, na Índia, foi violada por um grupo de homens, às nove da noite, num autocarro depois de ter ido assistir à "Vida de Pi". É para mim e para as meninas que, todos os dias, na Guiné Bissau são vítimas de mutilação genital feminina à sombra de crenças e de Deuses que acreditam que não merecem sentir prazer. É para mim e para todas as mulheres que têm que usar burka. É para mim e para todas as mulheres que são vendidas como escravas sexuais neste mundo fora. É para mim e para todas as mulheres na Arábia Saudita que ainda não podem conduzir, mas que, em 2016, quando se realizarem eleições autárquicas, vão poder candidatar-se e votar. É para mim e para as mulheres da Nigéria, para quem a violência “vinda do marido com o objectivo de corrigir a sua mulher” está prevista na lei. É para mim e paras a mulheres de Madagáscar que não podem trabalhar em fábricas à noite, a não ser que estas pertençam à sua família. É para mim e para as mulheres da República Democrática do Congo, que são obrigadas a casar e a viver com os marido e a estar com eles onde quer que "o homem decida viver”, não podem assinar qualquer contrato, escolher um emprego ou ter um negócio sem a autorização do cônjuge. É para mim e para as mulheres da Tunísia e dos Emiratos Árabes Unidos que recebem apenas metade da herança em relação aos irmãos do sexo masculino. É para mim e para uma em cada 4 que, em Portugal, se encontra desempregada. É para mim e para as mulheres que em Portugal, em 2015, continuam a sofrer uma disparidade salarial de 13% face aos homens que ocupam iguais cargos. É para mim e para as mulheres de todos os 319 homens que usam, neste momento, pulseira electrónica no âmbito de casos de violência doméstica. É para mim e para as 47 mulheres que o ano passado morreram vítimas de violência doméstica. É para mim e para as mulheres que são assediadas no local de trabalho, para as mulheres que são dispensadas dos empregos grávidas ou em licença de maternidade. É para mim e para as mulheres que têm maridos que as "ajudam" nas tarefas domésticas como se fossem actores secundários da gestão doméstica. É para mim e para as minhas antepassadas que não votaram, não trabalharam sem ser confinadas ao lar e ao trabalho de campo, que não tiveram acesso à escola, ao alfabetismo, que foram damas de companhia de pais e avós, que casaram por combinação dos pais, que nunca beijaram de língua, que fizeram filhos "sem ser por gosto", que morreram sem saber o sabor da liberdade e da igualdade. 
Eu achava que este dia não era para mim. Mas é. Este dia, afinal, é, sobretudo, para mim. Para me lembrar de sair do meu etnocentismo, de perceber que a luta continua, que as desigualdades continuam e da utopia de este dia, um dia, não ser preciso para mim. Nem para mais ninguém.».
 

infelizmente, ainda se justifica o dia da mulher



por este e muitos outros motivos.

e esta camisa já é minha


top.


sexta-feira, 6 de março de 2015

ofereci-te eu massa


fazias 300 kms e só tinhas... a cozinha para arrumar. estas adolescentes arrasam com tudo. massa? nem vê-la.

?


eu: vou mandar-te a newsletter da pull & bear por email e tu escolhes.

mc: por email, mãe? por email? mas isso ainda existe?

filho de peixe, peixinho é


eu: oh mc, tu explicas-me porque é que estás há tanto tempo agarrada ao telemóvel?

mc: eu agora, sou RP do afonso...

eu: {...}

isto é tudo estrada, está bisto


saí de um dos meus trabalhos às 20h10. corri para o supermercado. chego a casa - meia-hora depois - a madame deitada no sofá: tudo cheio de cascas de amendoim. improviso uma massa com salmão [deliciosa! diga-se de passagem... ]. mando-a pôr a mesa. quando vou meter as sopas no micro-ondas, diz a fofa do meu coração:

- a matilde vem cá jantar!
pensei: wtf? não tenho jantar para ela. caraças e agora?

ponho mais massa a cozer. tudo junto ninguém vai reparar... [aprendi com as telenovelas da globo: abota-se mais feijão].

chega a convidada:

- olá tia, chegou a sua filha adotiva.

[ eu a pensar: eu devia era ter dado a minha para a adoção]

prescindi da minha sopa: e sim, isto só se faz por uma filha, mesmo adotada. e ali estão agarradas ao instagram. e eu cheia de fome...

quinta-feira, 5 de março de 2015

as lágrimas correm-me pela cara abaixo


foda-se. a reportagem da sic é um murro no estômago.
a violência doméstica existe, por vezes ao nosso lado. é um crime público é nosso dever denunciar. esqueçam o « entre marido e mulher não se mete a colher », mete-se a colher: mete-se tudo. nós, como sociedade civil temos e podemos - também - travar isto. filhos da puta, odeio estes bois da merda. não julgo as mulheres que não denunciam, não consigo: sabemos lá nós o que se passa na cabeça de uma mulher que é violentada. denunciem, gritem. gritem tanto quanto ELES -  essas bestas, doentes mas não deixam de ser umas bestas.


quarta-feira, 4 de março de 2015

alguém ontem caiu na asneira de dizer-me


que no fim de semana ia estar tempo de praia, não sabendo eu bem o que é que isso quer dizer... mas, já só penso em mim dentro do mar da minha terra e esticada numa toalha. preciso tanto do sol na minha pele, de sentir o cheiro dele em mim. sim, a minha pele quando está ao sol tem outro cheiro. desenganem-se não é do protetor solar.

a minha praia retratada aqui.

a chabala parece-se comigo


mas - eu - tinha estas ideias na FACULDADE, não no 8º ano:

- tenho que tirar 70.5% no teste de amanhã.

já não há tinta que me tape as brancas


a mc hoje de manhã manda-me um sms com umas 59.5 linhas de texto, a pedir uma coisa pois claro está!, termina:

"(...) espero contar com a compreensão da mãe (...)".

oh pá, já não aguento :-)

"All That I Wanted" - David Fonseca


terça-feira, 3 de março de 2015

uma parvinha adorável


mas não deixa de ser uma parvinha :-)

vá-se lá entender isto


e excelência senta-se à mesa come um creme de ervilhas e diz:

- estou a sentir-me mal.

corre para a casa de banho. pede-me uma água das pedras. bebe-a. digo-lhe:

- é melhor sentares-te no sofá, se estás assim enjoada...

volta para a mesa, repete o prato 3 vezes, agora há pouco entrei na casa de banho cantava aos gritos e bailava como uma ... parvinha!

segunda-feira, 2 de março de 2015

“Não mereço uma pessoa que não sabe o que quer. Mereço certezas. Mereço que seja recíproco. Não quero alguém que me bajule o tempo todo. Não precisa abrir porta de carro, oferecer diamantes, pagar o jantar. Só precisa ser sincero. E real. E, principalmente, se entregar por inteiro. Porque não estou aqui para receber metade de nada.”

Clarissa Corrêa