terça-feira, 28 de novembro de 2017

era lógico


que para a gaja voltar, tinhas que pôr a outra no lugar. Deixou de aparecer, um ou dois meses depois meteu-se cá a outra. depois veio uma terceira, desconfio que a gaja descobriu  e voltou. tal e qual como te disse que ia acontecer. disse-o em março e no são joão... voilá. só não me sai o euromilhões. que doença que foste arranjar, só é pena que arrastes tanta gente para esse manicómio.

redundâncias da vida


assiste-me o direito de estar magoada, só não tenho o direito de magoar-te com a minha mágoa.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

envelheces e azedas


vê-se ao longe. do outro lado da rua.
com a outra era diferente.
com a do meio não consegui ver. só reparei que era tirada a papel químico da primeira: parecia gémea. outras existirão, mas não quero nem saber.

isso tem tudo para acabar mal


esperemos que não seja outro ser.

e quando


entro no elevador e sinto que acabaste de sair dali pelo cheiro.

o cheiro, ai o teu cheiro. por vezes, quando não tenho pressa e a saudade é muita, ali fico alguns minutos só a sentir a cheirar-te.

domingo, 26 de novembro de 2017

Pareço meio doida


com o que andei para aqui a escrever nas últimas horas. desculpem-me, mas ando com isto aqui - atravessado - há dois anos. ele não lê isto, o outro blogue é secreto e acho que esta partilha irá fazer-me bem. espero... foi uma espécie da catarse. desculpem-me. vou voltar ao silêncio ou então, volto e escrevo do que me vai na alma: ele.


acabei de precisar da tua arca congeladora para o arroz de pato que sobrou da festa da MC e não pedi. Como vês, sempre a tua tranquilidade primeiro. Nem imagino o que aconteceria se o pedisse. Tudo é um filme. Amanhã ofereço-o a uma família inteira. Que jeito me daria se o guardasses. Preferes manter...
Que diferença faria uma travessa na terceira gaveta sempre vazia. A mesma onde guardei o pão, quando caíste. Fazes as opções que te parecem corretas, querem-me parecer é que ao fim de oito anos - de tentativas - não me parecem as mais acertadas. Lá chegarás...

Queres maior prova de amor?


que uma mulher que tudo grita, calar-se por ti?

Tanta coisa que ficou por fazer:


- beber o bagaço [ahahahahahahaahah] com a «nossa» Mónica, que já nem lá trabalha;

- ir ao Rio Douro pescar numa destas manhãs;

- o banho. a mensagem do banho :-) ;

- aprender a gravar cds;

-  o jogo do e-mail;

- comer castanhas no spot;

- veres aquela janela [junto ao farol] comigo;

- voltarmos a beber um copo de água antes de ires para o Algarve;

- virmos cá jantar massa carbonara;

- ensinares-me a ouvir outro género de música [embora, já tenha alguém que o faça, certamente não a tua];

- nunca mais me ofereceste o teu carro para levar a MC;

- nunca mais guardaste um lugar à porta de casa;

- nunca mais te perguntei [atarantada] como é que se abre a porta do elevador;

- comer sashimi até rebolar;

- voltar a ver o livro do  Mario Benedetti, que perdeste;

- enriqueceres-me por seres ateu e eu católica;

- fazeres-me crescer por seres de esquerda e eu de direita;

- fazeres-me sair da caixa por veres o mundo com esses olhos que nada têm que ver com os meus.


{continua}

Quando foi dos incêndios




Foste para Tondela e eu enviei-te uma mensagem que dizia qualquer coisa como: Tem cuidado. Pelo amor da Santa o país está em alerta vermelho. Vem com cuidado.

Agradeceste. No dia seguinte, cruzámo-nos e repetiste o agradecimento pela preocupação. Não foi só preocupação: foi o meu amor por ti e o medo. O medo que algo te aconteça e que não possa dizer-te tudo isto que aqui escrevo. Não posso dizê-lo, porque não queres, porque não deixas aproximar-me. Para mim que até há dois anos tudo gritei - deixei de fazê-lo porque mo impuseste - e manifestei. Não imaginas a dor que é não partilhar isto com alguém. Tu já imaginas o que se passa dentro de mim, tu que já foste o meu melhor amigo.

Até aqui


Mudei-me para esta casa - também - por ti. Ainda assim, vêm deixar marcas de tudo, aqui à porta. De tudo. E eu saio feliz, mas está aqui tudo: à porta de minha casa, tento ignorar, mas não consigo. À PORTA DE MINHA CASA, foda-se! Tanto lugar no mundo para deixarem rasto, mas não: tem que ser à porta de minha casa. E eu levo o tranco em frente. Que remédio tenho eu. Mas, não queiras ser meu amigo. Nem a minha amizade mereces e eu só tenho amor para te dar.

Imagina-me


a sonhar contigo todas as noites, acordar a pensar se tudo aquilo foi verdade ou não, ver-te mal saio de casa e ter que fingir que nada daquilo se passou durante a noite. Passo por ti e esboço um sorriso - quando consigo, que às vezes é impossível por causa do sonho - digo-te bom dia e arrepio caminho. Consegues fechar os olhos e imaginar o que sinto? Imagina, só. Muito faço eu: sorrir.

Agora noutro registo


Quando nos cruzamos, não estranhes eu não parar. Não posso. Se parar e olhar para ti [ há tanto tempo que não o faço] vou atirar-me para os teus braços. Coisa que. com toda a certeza, não quererás.

Um dia passou por aqui e deixou um comentário




Num dia muito longínquo: um dia em que este blogue ainda era aberto a comentários. Foi há muito, mas muito tempo.
Só o imagino a sorrir. Sempre um achei um profissional brilhante e um gato. Desde que soube da sua morte, ainda não parei de pensar nele. Nunca tive o gosto de conhece-lo pessoalmente: trocámos uns galhardetes, por aqui, pela blogo. Educado e sorridente é assim que vou lembrá-lo e desde anteontem imagino-o a chegar aonde está agora, com Nina Simone a tocar, um copo de tinto a acompanhar e a escrever numa revista qualquer. Que em qualquer parte são precisas palavras escritas e comunicadores como ele.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

naquela manhã,


deve estar agora a fazer um ano, pediste-me ajuda. Já não o fazias há muito. [lembro-me de há uns oito anos teres-me mandado uma mensagem a pedir chá porque estavas doente. desde aí nunca mais precisaste (?) de mim]. Tinhaste magoado no treino e não conseguias andar. Fiz por ti o que faria por qualquer pessoa que passasse por mim na rua: carreguei-te até ao elevador e fui à farmácia comprar um analgésico. Trouxe, também, pão e leite. Sempre detestaste este meu cuidado contigo; sempre achaste que me impunha a cada gesto. Nunca o fiz com essa intenção: fi-lo sempre pelo amor que sentia sinto por ti. Quantas vezes não ajudei à distância? Lembro-me que cheguei a mandar o almoço / jantar pelo elevador. Nunca me impus e por não me impor é que morri naquele abraço que me deste

Cheguei da farmácia e tu já tinhas tomado banho, apareceste-me de cuecas e eu vesti-te já que não conseguias mexer-te, calcei-te e quando encaixaste o segundo pé na sapatilha, levantaste-te com a minha ajuda. [reparei que a fotografia dela estava na tua cómoda e morri]  Afastei-me - tive sempre presente que querias e queres a distância - e quando estavas em pé, pediste-me um abraço para me agradeceres. Abriste os braços, aproximei-me e deixei-me envolver. A merda do meu coração -  que sempre foi livre - começou a bater desesperadamente. Eu, com medo que sentisses [ele batia forte no meu peito, eu via-o debaixo da camisola], tentei manter-me dura, afastei-me com um perímetro de segurança, respirei e e desembaracei-me dos teus braços, mas sempre com a preocupação do que tu achas que eu sinto, voltei a abraçar-te, sem antes, contar uma história que o meu mogli me tinha contado dois dias antes. Tudo para disfarçar o que estava a sentir. Não sei se consegui. Tinhas uma escritura nesse dia. insisti para irmos ao hospital, e tu como bom workalcoholic, respondeste que nem pensar.

No teu carro tinhas a mão nas mudanças, olhámos-nos fundo e ainda repeti que podias sempre contar comigo. Não confessei o meu amor por ti, não posso fazer-te essas coisas. Foste fazer a escritura e eu fui trabalhar. Ainda falámos mais uma ou duas vezes durante o dia. Controlei-me. Mas, ao fim do dia a minha preocupação veio ao de cima e passei lá por casa e vi que o carro da minha substituta [da amizade] lá estava. Deitei o jantar que trazia para dar-te ao lixo. Aí apercebi-me de muita coisa, nomeadamente que substituís as pessoas. E não sou assim. Até posso estar errada, mas foi o que passaste e nunca quiseste remendar o facto.

[continua]

será que é desta que volto a escrever? Bloqueei há quase 3 anos: quando cá chegaste deste-me um beijo, fugiste e 30 minutos depois confessaste que o que mais querias era aqui ficar: comigo.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017


o sexo era do outro mundo, mas só pelo sentimento que ela tinha por ele. só por isso. ela preenchia o vazio com amor.