deve estar agora a fazer um ano, pediste-me ajuda. Já não o fazias há muito. [lembro-me de há uns oito anos teres-me mandado uma mensagem a pedir chá porque estavas doente. desde aí nunca mais precisaste (?) de mim]. Tinhaste magoado no treino e não conseguias andar. Fiz por ti o que faria por qualquer pessoa que passasse por mim na rua: carreguei-te até ao elevador e fui à farmácia comprar um analgésico. Trouxe, também, pão e leite. Sempre detestaste este meu cuidado contigo; sempre achaste que me impunha a cada gesto. Nunca o fiz com essa intenção: fi-lo sempre pelo amor que sentia sinto por ti. Quantas vezes não ajudei à distância? Lembro-me que cheguei a mandar o almoço / jantar pelo elevador. Nunca me impus e por não me impor é que morri naquele abraço que me deste
No teu carro tinhas a mão nas mudanças, olhámos-nos fundo e ainda repeti que podias sempre contar comigo. Não confessei o meu amor por ti, não posso fazer-te essas coisas. Foste fazer a escritura e eu fui trabalhar. Ainda falámos mais uma ou duas vezes durante o dia. Controlei-me. Mas, ao fim do dia a minha preocupação veio ao de cima e passei lá por casa e vi que o carro da minha substituta [da amizade] lá estava. Deitei o jantar que trazia para dar-te ao lixo. Aí apercebi-me de muita coisa, nomeadamente que substituís as pessoas. E não sou assim. Até posso estar errada, mas foi o que passaste e nunca quiseste remendar o facto.
[continua]
será que é desta que volto a escrever? Bloqueei há quase 3 anos: quando cá chegaste deste-me um beijo, fugiste e 30 minutos depois confessaste que o que mais querias era aqui ficar: comigo.