terça-feira, 12 de maio de 2015

para a minha madrinha:

olá, tia mimi:

cheguei agora da missa de sétimo dia da sua morte. da sua morte física, porque sinto-a aqui todos os dias desde a última terça-feira, dia em que a tia partiu para junto de deus. sim, a fé herdei-a da tia: a fé em deus, na vida após a nossa morte física. acredito que a tia foi recebida por todos os tios que já partiram, pelo avô e pela avó. dê-lhes um beijo meu. o meu querido tio xico e o avô a quem todos os dias rezo. diga-lhes que os amo muito e que ensinei a minha filha a amá-los. a minha filha que nem conheceu o bisavô, mas que ao sentir o meu amor por ele, também o lembra como eu.
já chorei muito, mas sei que a tia queria que eu risse, o que tanto fazíamos juntas. riamos-nos de tudo e nada. riamos-nos muito dos disparates da I. e da MC. falávamos muito ao telefone, porque vivíamos - geograficamente - longe uma da outra. com a tia aprendi o amor ao próximo, a fé em deus. com a tia comunguei a primeira vez. a tia pode assistir: ao meu desapego dos bens materiais; da minha dedicação ao próximo; da minha felicidade ao ver os outros felizes. mas, acho que sobretudo aprendi a ser madrinha do mateus. eu quero ser madrinha dele, como a tia foi minha. a minha mãe não podia ter escolhido melhor madrinha para mim. obrigada por tudo, minha querida tia madrinha. não digo até a um dia destes, porque sei que a tia está sempre aqui. até já.

ainda agora há pouco - distraidamente - peguei no telefone e liguei-lhe.