segunda-feira, 6 de abril de 2015
tinha aqui um texto todo arquitetado na minha cabeça
mas não consigo: acho - que hoje - os meus dedos não acompanhariam a minha alma.foi tudo tão rápido, que acho que o meu coração perdeu o comboio na estação do teu banho. foi enquanto tomavas banho e eu preparava uma merda qualquer. disseste-mo e eu já nem lembro o que fazia na altura. tudo ficou em branco na minha mente, tudo ficou turvo. saí de casa, fui comprar cigarros e encontrei-o. tinha que contar a alguém: contei-lhe a ele {não acredito em acasos, mas hoje essa merda não interessa nada}tu contaste-me, eu fui ao multibanco levantar dinheiro e respirar. aqui em casa não o conseguiria. voltei mais leve depois dele ter -me dado os parabéns. não os entendi na altura, mas sorri porque senti que eram merecidos, entendi-os depois durante o jantar. até isso foi o universo: vieram cá a casa cozinhar ameijoas. não sabiam que só comes o molho com pão, mas comeste e foi durante a noite que percebi porque é que estava de «parabéns». estou, mas tu também, minha filha.