segunda-feira, 28 de julho de 2014

não, não é fácil

mas também não é o fim do mundo.
sei que hoje te parece que seja, mas não é, acredita. todas nós, aos 40, já passámos por isto, passámos vezes sem conta: provavelmente mais vezes do que aquelas que queríamos ou merecíamos. mas, todas passamos. é uma merda, é uma porra, dói que se farta, apetece mandar tudo para o caralho e gritar em plenos pulmões: foda-se para esta merda toda. eu sei disso tudo. sei como te sentes porque já senti isso dezenas de vezes. investes tanto { não tudo, não te esqueças: mas tanto} numa relação com uma pessoa e depois em pouco tempo - que parecem anos! - vai tudo ralo abaixo. mas depois de toda esta revolta, aparece a paz, a aceitação e finalmente a paz.
é muito provável, que depois, tudo recomece de novo, porque prometemo-nos que nunca mais tal coisa vai acontecer, mas a verdade é que acontece e usando um lugar comum: acontece quando menos esperares. até pode acontecer quando ainda estás a prometer que não vai voltar a acontecer. às vezes isso acontece. a merda disto tudo é que o coração não ganha calo e quando se entrega, entrega-se - quase sempre! - limpo, sem impurezas. pelo menos, assim costuma ser em mulheres como nós. não somos mais do que as outras, somos apenas diferentes. nós também não somos iguais em muita coisa: eu sou de apego, de afetos, de uma rede emocional demasiado emaranhada. tu és de teias com a malha fechada - eu sei! - mas os espaços entre um fio de afeto e outro, têm buracos e é por eles que tantas vezes escapas. e é dessas escapadelas que peço que - agora - te lembres. se quiseres eu puxo-te, mas tenho medo de rasgar. uma teia de afetos remendada, nunca mais será a mesma. sai dela sozinha, com essa estaleca e ginástica emocional que tens. eu estou aqui. vou estar sempre aqui. se quiseres partir pratos, gritar, descabelar-te toda, dançar até ao sol raiar, dar-lhe uma coça, rebentar-lhe os dentes, conversar, beber vinho tinto, ver um pôr do sol ou simplesmente ficar em silêncio, prometo dar-te a mão. estou a dois quarteirões e a um telefonema de distância. sempre.
 
espero que um dia, tudo acabe assim