Ontem começaram as aulas da MC. A minha doce e mais amada filha mudou de Escola, está numa Escola Secundária. {Socorroooo eu tenho uma filha numa Escola que só tem gente crescida!}
Infelizmente, o horário é de tarde { coisa que nem eu, nem ela queríamos. aliás, foi esse um dos principais motivos para a mudança. mas foi assim e agora nada a fazer}. Fui levá-la a seguir ao almoço e senti a barriga gelada dela, senti o bater descompassado do seu coração, vi a forma frenética com que enviava sms às amigas para aparecerem todas juntas no portão e não se verem ali sozinhas, numa escola que ainda não é a delas.
Nem ao portão a levei, deixei-a na passadeira onde já estava uma amiga à espera. Despediu-se com um beijo rápido e vi o olhar dela curioso ao sair do carro: aquele olhar de descoberta; aquele olhar que tenta captar tudo, mas ainda tímido.
Saiu do carro e as lágrimas caíram-me pela cara abaixo. A minha filha anda numa Escola Secundária e já dispensou a minha mão para a levar. Lembrei-me da mão dela a apertar a minha no 1º ano; lembrei-me do passo dela a subir a rampa da Escola no 5º e da temperatura da sua mão esquerda {sim, era a esquerda. Lembro-me tão bem}. Ontem, a MC não quis a minha mão. Tal como não a quis quando aos 15 meses a deixei no Infantário. Ainda nem andava, gatinhou pela sala e eu ali fiquei a olhá-la. Ontem a MC, tal como em 2001, não olhou para trás. A minha filha é dela e é do mundo. Sei que a eduquei assim, mas isto mata-me bocados da alma. Eu ontem constatei - mais uma vez - que sou perdidamente apaixonada pela minha filha. Nenhum homem provoca em mim, aquela avalanche de emoções, sentimentos e de adrenalina.
A minha filha precisa de mim, eu sei. Mas, ontem a minha filha não precisou da minha mão.
7 comentários:
as crianças chegam a uma altura que se acham demasiado crescidos para nos darem a mão, para tirarem uma foto conosco no primeiro dia de aulas.. enfim.. crianças :)
http://adoninhafedorenta.blogspot.pt/
Ontem também pela experiência d edeixar o meu filho de 5 anos pela primeira vez na escolinha e também eu senti o coração apertado, muito medo por ele 8não chorei depois de o ter deixado, chorei em casa quando acordei sou assim sp a sofrer por antecipação). A mão dele foi bem apertada na minha, mas isso foi ontem porque hoje já corria para a salinha dele não precisando da mão da mãe. :-)
Onde é que eu já vi(vi)isso, esse misto de orgulho com nostalgia
Mas há-de sempre precisar de si, dando-lhe a mão ou não... A simples presença dá-lhe a segurança precisa para se sentir protegida do mundo, que é dela...
Rita, não sou mãe. Não sei a partir de que idade dispensei a mão da minha mãe - não sei sequer se a dispensaria alguma vez. Sei que entrei na faculdade, depois de sair de casa, a querer muito o colo, e não só a mão, dos meus pais, e não só da minha mãe. Sei que estas linhas me tocaram, não por ser mãe, porque não sou, não porque passei pelo mesmo agora, porque não passei, mas porque às vezes é assim. Às vezes, a Rita escreve, e a gente olha, e vê. Obrigada.
Um dia ela vai agradecer-te muito por a teres educado de forma que encare a vida sempre de frente.
Eu agradeço aos meus pais e reconheço que não é nada fácil...! :)
Ensinaram-me desde pequena a ser responsável, e respeitam-me como sou e as minhas escolhas.
Grande mãe. Sempre. Um beijinho e num abraço amigo.
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