A Teresa ainda não encontrou emprego. Não seria fácil, já todos sabemos. A vontade de trabalhar por si só { infelizmente } não chega. A filha da Teresa já não tem ido em jejum para a Escola. Tenho imensas amigas a tentar ajudar: uma arranjou uma associação católica que a ajudou a fazer o CV e que ficou com os elementos dela para a ajudar a encontrar emprego; outra tem dado o que elas têm comido nos ultimos dias; uma outra está a tentar junto de uma instituição para que passem a receber um cabaz semanal; outra pagou-lhe a água; uma outra o restabelecimento do quadro da luz; agora temos que recolher roupa de Verão para a filha dela.
Enfim, todos os dias penso na Teresa, todos os dias rezo por ela. Eu prometi que vou mover este mundo e o outro para a ajudar e vou fazê-lo. Ontem, enquanto tomávamos um café ela chamou-me anjo, o seu anjo. Mas, digo-vos: sinto-me tão impotente. Queria tanto que ela arranjasse um emprego. Está a chegar o início do mês e ela não vai ter como pagar a renda. Essa merda não me sai da cabeça.