terça-feira, 18 de dezembro de 2012



"O estado normal de duas almas gémeas é o silêncio. Não é o "não ser preciso falar" - é outra forma de falar, que consiste numa alma descansar na outra. Não é a paz dos amantes nem a cumplicidade muda dos amigos. Não precisa de amor nem de amizade para se entender. As almas acharam-se. Não têm passado. Não se esforçaram. Estão. É essa a maior paz do mundo.

Como é que se reconhece a alma gémea? No abraço.
Quando duas almas gémeas se abraçam , sente-se o alívio imenso de não ter de viver. A sensação é de sermos uma alma no ar que reencontrou a sua casa, que voltou finalmente ao seu lugar, como se o outro corpo fosse o nosso que perdemos desde a nascença."


Miguel Esteves Cardoso
 
Já senti este "alívio imenso de não ter de viver". Dentro daqueles braços encontrei a minha casa. E hoje, olho para trás, fecho os olhos e sinto-o como se estivesse aqui, junto a esse lugar no centro do meu peito, que teimo em chamar de alma.