Hoje li um excerto desta entrevista e revi-me tanto na lição n.º 1. Eu nunca fugi de dor nenhuma e lembrei-me de um episódio vivido anteontem. Na segunda-feira, fui ao Hospital e em conversa com a minha médica de clínica geral - a mesma que há um ano e pouco, achou melhor eu tomar um antidepressivo, porque me achava muito triste - eu dizia-lhe que não tenho medo dos meus sentimentos. Explicava-lhe que o antidepressivo [que cheguei a comprar e que ponderei tomar] ainda estava na minha caixa dos medicamentos e que todos os dias fazia questão de olhar para ela e sorrir. Porque olho para ele e penso: não maquilhei a minha alma, eu vivi o bom e o mau intensamente. Bati no fundo, bem no fundo e isso foi essencial para eu chegar onde estou. Não posso esquecer, que logo a seguir tive uma ameaça de cancro, mas que nem aí tomei. Eu chorei, chorei, até que essas lágrimas lavaram-me a alma e deram-me força para seguir em frente. Há um ano e pouco, a Drª Teresa queria que eu tomasse um antidepressivo [ o mais fraquinho do mercado], mas eu não tomei. E não me arrependo. Contratei uma advogada, uma contabilista, uma terapeuta, um óptimo ginecologista, rodeei-me dos meus amigos e família e fui em frente. Porque o caminho faz-se caminhando, mas sentindo o chão por baixo dos pés. Se eu tivesse tomado o antidepressivo, não tinha sentido aquilo que senti, porque estaria anestesiada e eu não quero viver pela metade, quero viver por inteiro: o bom e o mau.
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11 comentários:
Muitos parabéns pela força e coragem que teve para seguir com os seus principios. É de pessoas assim que precisamos na blogosfera para incitar a que mulheres que estejam a passar pelo mesmo não desanimem.
Em 2009 tomei a mesma opção que tu...em 2010 reforcei a mesma!!
Estamos em 2012 e não me arrependo nem por um segundo e o que escreves faz-me todo o sentido!
Beijinho Rita!
Este eu vou guardar e ler, e ler e ler.
Obrigada Rita
Bravo!
Parabéns! Porque TODAS as emoções têm de ser vividas!
Eu não tenho nada contra um bom anti-depressivo, mas a verdade é que aposto que sabemos qd precisamos mm de um ou qd temos força para fazer o nosso caminho.
Gostei de ler!
Bjinhos
Curiosamente, foi a lição nº1 a que mais me marcou na entrevista e, até o expressei num comentário in loco.
E, apesar de, muita (ou pouca) gente conseguir dar a volta por cima a momentos verdadeiramente maus, a depressão é uma doença como outra qualquer. Quando se tem uma pneumonia não se pensa positivo, nem se respira com mais força para que ela passe, toma-se antibióticos para matar os bichos. E, com a depressão é igual. E depressão é diferente de momentos tristes, de dias mais em baixo ou com pouca força.E não se é mais ou menos forte porque se conseguiu não tomar e a vida andou em frente.
Todo este testamento apenas porque me custa ver pessoas a fugir a um tratamento médico, como outro qualquer, porque se vão sentir culpadas por não serem capazes de dar a volta por cima sem recorrer a medicamentos!!
como eu concordo e percebo a tua atitude., principalmente "Porque o caminho faz-se caminhando, mas sentindo o chão por baixo dos pés". beijo, amiga!
Melancia
Concordo contigo plenamente, a depressão não pode nem deve ser desvalorizada. O exemplo que tu dás diz tudo, quando tens um orgão doente (na depressão será o cérebro), não respiras fundo e aquilo passa. Tens toda a razão. Mas, eu estava triste, desanimada e doente (de outra coisa), estava a pesar 55 kgs. A tristeza faz estas coisas, e a médica queria dar-me um "up". Não quero com este post dizer que quem está com uma depressão profunda não deva tomar medicamentos. Repara que eu também digo que me foi receitado o mais fraquinho do mercado (daí, já podes deduzir muita coisa). Não quero de maneira nenhuma levar alguém realmente doente a deixar a medicação ou recusá-la quando receitada. Percebes? A depressão é uma doença como outra qualquer, como o cancro, a sida, uma pneumonia etc, tem e deve ser tratada...
:) Beijo
Oh Rita, eu entendi-te perfeitamente e, apenas me faltou dizer que a tua força e vontade são o mote principal deste blog e, é isso que me faz aqui vir espreitar. Muito provavelmente quem estava certa eras tu em não quere tomar, porque não precisavas mesmo e porque te conhecias ao ponto de saber que eras capaz. E foste! E isso é bom, é muito bom! É mais um motivo de orgulho, porque sabermo-nos capazes de dar cor ao cinzento é um grande motivo de orgulho!
O meu comentário foi só defeito profissional...
Beijinhos
"Porque o caminho faz-se caminhando, mas sentindo o chão por baixo dos pés." - Esta frase diz tudo!
Posso "roubá-la descaradamente"? mas com permissão, claro :D
Apesar de raramente comentar sou visita diária do teu blogue.
Sol de Dezembro (adoro esse nome é aquele sol tímido que aquece pouco o corpo, mas quando aparece aquece a alma):
Podes levar, sim!
Beijo
Obrigada ;)
Beijos
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