sexta-feira, 29 de julho de 2011

Carta ao meu almor


Querido almor:

Há aqui um mal-entendido qualquer, as pessoas que lêem o que te escrevo, não entendem o que sinto e fazem juízos de valor precipitados. Sei que o almor é um sentimento desconhecido para muitos, tentei explicar, mas eles não entendem. Só tu percebes, porque sentes como dizes. E sentir é muito mais importante, do que entender o que quer que seja. Eu nunca senti amor por ti, eu almorei-me por ti muito depois de teres saído da minha vida. Mas as pessoas não percebem algo que nunca viveram, entendes? As pessoas não percebem que não precisamos de estar juntos, as pessoas não entendem que o que sinto por ti é algo muito diferente do que qualquer uma delas sentiu. Porque o almor tal como expliquei aqui, é independente do objecto almorado. Gosto de saber de ti, penso em ti e sei que pensas em mim, mas o que as pessoas não entendem é que nem por isso passamos o dia ao telefone, que nem por isso as nossas vidas pararam e que nem por isso deixaremos de nos apaixonar - e quem sabe amar - por outras pessoas. Que o que temos é tudo, mas não é nada. Eles não entendem, meu almor. Eles não entendem que eu posso apaixonar-me por outra pessoa, amar loucamente outra pessoa sem que me esqueça de ti e que de vez em quando te ligue. Porque o almor não é amor. E tu não representas perigo algum para quem um dia se cruze na minha vida. Tu fizeste com que eu (hoje) seja muito mais serena do que era há um ano atrás, tu fizeste com que eu largasse as amarras do passado, tu fizeste com que eu crescesse e (re) descobrisse a minha alma. Esse suposto alguém não tem que te temer, esse suposto alguém tem que te agradecer, porque muito do que sou hoje devo-o a ti. E tu foste o caminho para eu chegar até ele de outra forma. Tu vais ser o meu almor e ele o meu amor. E o amor é com quem vou querer viver para sempre e é quem vai perceber que tu vais sempre ter um lugar na minha alma.