terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A propósito do penúltimo post

Meninas, vocês vão desculpar-me mas essa de aos 40 poder ser amor à primeira vista, poupem-me. É que não há pachorra mesmo. Quem é que com um passado amoroso, com camadas de desgostos (sim, porque com 40 anos algum passado temos) consegue olhar para alguém e cair de 4? Só eu é que não consigo? Não acredito. Eu acho tudo de um lirismo sem fim. Vocês vão desculpar-me, mas o amor é algo que se constrói, todos os dias. Que me falem em atracção física, em borboletas na barriga, numa vontade louca de voltar a estar com a pessoa, na beleza de um olhar, naquela sensação de desmaio que nos invade, da barriga gelada ( e mesmo isto que aqui descrevo não acho possível ao fim de poucos minutos), tudo bem. Agora amor? Pelo amor da Santa, nem conhecemos a pessoa e sabemos que é para a vida? Não acredito em nada disso.
Falo do meu caso, quando conheci o паперјаст (que foi a última pessoa pela qual me apaixonei) encantei-me por ele. Mais tarde, apaixonei-me. Mas em nenhum momento, achei que era o homem da minha vida, que ia viver com ele, casar, constituir família e ser feliz para sempre. Pelo amor de Deus, vamos ser realistas. Eu gostei imenso dele, mas tenho cabeça e por muito que tenha gostado dele e me tenha sentido atraída intelectual e psicologicamente por ele (que para mim é a mais perigosa das atracções) sabia que tinha que ter os pés assentes no chão. Tenho uma filha, uma vida, uma idade e uma maturidade emocional que não se coadunam com este género de impulsos próprios da adolescência (aí sim, tive muitos). Talvez por isso, por ter vivido muito na adolescência, cheguei aos 37 sem ter necessidade de ter 14. Vou dar um exemplo concreto, em nenhum momento pensei em apresentar o паперјаст à MC. E julgo que mesmo que hoje continuássemos a nossa ligação ainda não o teria feito.
A minha paixão pelo паперјаст poderia ter dado em amor (acho difícil, mas podia), e aí sim poderia ter feito planos. Mas nunca ir viver com alguém pelo impulso da paixão, nunca. Há vários géneros de relações e podemos viver algumas que sabemos não serem para a vida, mas que nos sabem bem viver naquele momento. Agora AMOR, AMOR, amor como aquele que eu conheço, demora a construir, a cimentar, põe-se tijolo por tijolo com carinho, com dedicação, tal e qual como a construção de um edifício e leva tempo.
Depois dão-me exemplos de quem fez isso aos 18, 19, 20 e se deu bem. Claro, que se deram bem, cresceram juntos.

17 comentários:

Anónimo disse...

Assinado em baixo.

Anónimo disse...

axo q n é preciso chegar aos 40...as relaçoes hj sao banais.tao rapido s apaixonam como deixam d s falar...eu namorei 4 anos,e acabei pq as coisas estavam tremidas e nessa semana ele apaixonou-se por outra...e ja era amor?!por favor, sera q so eu é q sou desactualizada c 24 anos e n consigo entender como s esquecem 4 anos numa semana???? (UMAAAAAAAAA)era amor, e agora tb...?!

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Na mouche, mãos &cor... é essa merda que eu não entendo (entre muitas outras)... as pessoas são tão superficiais que dói!

Beijo :)

Paula noguerra disse...

Há amor por aí... tenho de acreditar que sim, mas que já está muito banalizado lá isso está... o que é pena. Sou uma apaixonada por natureza, e adoro o amor e o que ele me faz sentir, mas também tenho os pés bem acentes na terra. Quando casei com o Carlos (também já vinha de um outro relacionamento muito complicado e com 2 filhos), foi por amor que o fiz. E espero que seja para a vida toda... mas como tu mesma dizes, o dia a dia tem de ser contruido, o amor deve de ser semeado todos os dias sem falta!
E espero que encontres o teu...
Beijocas super doces***

VR disse...

Concordo contigo, eu tambem nao conseguiria viver com alguem movida pela paixao. Mas acredito no amor Rita, e acredito que ele nao tem forma matematica , exacta, de acontecer e começar. Um pessoa pode viver ao lado de outra vinte anos, ser o seu grande companheiro, conhecer-la melhor do que ninguem, e nunca, nem por uma vez, a ter feito sonhar, vibrar, perder o norte e sul. Tem que haver um equilibrio entre uma coisa e outra mas para comecar esta bastante bem uma paixao assolapada. Sem loucuras desnecessarias,claro. Com disponibilidade para se irem conhecendo. Mas somos todos demasiado complexos, cada um tem as suas prioridades e muitas vezes ama com tudo o que tem e pode, ainda que aos olhos dos demais pareça pouco. Sei qual e a minha forma exacta de amar, mas custa-me muito julgar a dos outros.

M.I. disse...

assino por baixo e concordo plenamente com a mãos&amp. tb eu sei o que é andar com uma pessoa perto de 3 anos + 2 anos de investimento previo na amizade que nos unia. e do nada o tontinho diz-se apaixonadissimo por outra que mal conhecia e manda uma relação aos arames. até que lhe dê novo "ataque" consta que dura

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Oh preta rosa velho, eu não estou a julgar, estou a constatar factos, nada mais... :)

Insolente disse...

Eu também ainda acredito no amor... naquele construído ao longo dos anos... mas já me disseram que o AMOR não é tudo... e eu não quero acreditar nisso...

Unknown disse...

Olá Rita!

Sou nova por estas bandas, ando a ler-te apenas há uma semana, mas confesso-te desde já que adoro o que leio! És mt espontanea e directa, tal como eu!
Não pude deixar de comentar este post, que de facto é impossivel haver amor assim!
Sei que pode ser falta de experiencia, pois so tenho 24 anos, mas as pessoas, principalmente os homens, usam palavras com mt sentimento em vão! Dizem "amo-te" logo no 1º ou 2º encontro, será que eles algum dia saberao o que isso é??
Como eu disse, isto deve ser da minha tenra idade, ainda sou das que espera 2horas por um rapaz que sei que nao vai chegar, va lá que foram só 2horas....
Peço-te ajuda, porque eu ja devo estar com a minha sanidade mental toda alterada!!!!
Continua a escrever, que eu vou continuar a seguir-te!
Beijinhos e parabéns pela pessoa que demonstras ser!

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Insolente

Eu também sou das que acredita que só amor não basta...

Ana disse...

A verdade é que a nossa percepção dos sentimentos e a forma de lidar com eles vai mudando muito com a idade. Concordo em absoluto quando dizes que isso do "amor à primeira vista" é puro lirismo. Mas penso assim agora, aos 39, depois de já ter vivido muitas paixões, muitos sentimentos diferentes, vários tipos de relacionamentos, experiências de todo o tipo e feitio. Hoje não me vejo a cair de 4 por ninguém assim de repente, por muito maravilhoso que possa ser esse alguém, porque existem mil e um factores que vão sempre estar presentes na hora de definir o que sinto. Aos 20 esses factores não existiam, qualquer grande paixão era um "amor" enorme, e bastava sentir isso para querer fazer imensos planos e achar que estava ali o homem da minha vida. Tudo isso vai mudando, mas depende muito das experiências que cada um vai vivendo. Se alguém aos 40 acredita no "amor à primeira vista", provavelmente viveu coisas diferentes das que eu vivi e senti. Amor, para mim, só existiu (existe) um, e não é uma coisa que tenha vindo do nada, de repente, tipo flash que bate na vista e nos encandeia. Não, é um sentimento do qual só tive percepção depois de muita tinta ter corrido, depois de muita convivência, de muitas pequenas lutas diárias. E para mim, nesta fase da minha vida, parece-me completamente impossível sentir este tipo de coisa em 3 tempos.

Bjs

Mary disse...

Concordo com tudo! O bom da experiência é que nos faz ver a realidade de uma forma mais crua, com menos ilusões. O amor à primeira vista é algo fantástico quando somos adolescentes e achamos "aquele" rapaz lindo e morremos de amor por ele sem sequer termos sido devidamente apresentados! Mas a partir de uma determinada idade e depois de passarmos por uma verdadeira vivência amorosa, isso deixa de fazer sentido, quanto mais aos quarenta!
http://amarycanlife.blogspot.com/

CoisasDaGaja disse...

Já há uns dias que andava para comentar os teus "posts" acerca do "amor". A verdade é que não há fórmulas, nem há verdades nem factos porque o amor não é igual para todos nós nem o é, de nós para com duas pessoas diferentes.. Não há idades ideiais, nem maturidade ou experiência que nos diga que este é o caminho certo. Quando muito a experiência aviva-nos a intuição e apura-nos os sentidos. A título de exemplo (se lhe podemos chamar tal!), posso dizer-te que mantive um relacionamento durante 4 anos (com uma pessoa que foi desde os meus 15 anos o grande amor da minha vida, e de certa forma ainda hoje o é apesar da desilusão), mas durante esses 4 anos (eu já divorciada de um casamento que correu mal, talvez porque ignorei que afinal o meu amor era para outra pessoa, o tal) e do casamento tive um filho que nunca apresentei ao tal homem que foi o grande amor da minha vida mesmo com 4 anos de relacionamento. Hoje, o meu filho tem 11, há um ano que estou a viver com um ser humano maravilhoso e te garanto que em poucos dias o apresentei ao meu filho, tornaram-se grandes amigos e senti, enquanto mãe e mulher que era o correcto a fazer :) Isto para te dizer que no amor, às vezes há várias pesos e várias medidas. Mas claro, pareceu-me que tu começaste a falar do assunto em relação a alguém que conheces e nesse caso é mais fácil para ti avaliar. Ainda assim, posso dar-te um conselho pequenino? Meio pequeno e estúpido? Deixa que seja só o amor a ti e aos teus a ocupar tanto espaço na tua vida :)

p.s. Já te tinha dito o quanto gosto do teu blog, não já? Feliz 2011 :))

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Coisas da Gaja

Acho que já respondi ao teu conselho :) Um beijo enorme :)

crise disse...

Concordo plenamente contigo , não acredito nessa história de amor à primeira vista , o amor constroí-se pouco a pouco , com a vida a dois, com as fases boas e más , num primeiro momento gosta-se , sente-se afinidade , que depois dá lugar à paixão , e a pouco e pouco ao amor , namoro hà 19 anos , por isso sei do que falo , vivemos junto há 11 anos , é um amor para a vida , um amor que tal como disses-te cresceu e se solidificou á medida que também nós fomos crescendo juntos .

VR disse...

:) Nao me referia a ti, quis simplesmente dizer que eu nao pretendo com a minha opiniao julgar a tua forma de interpretar o amor.
Beijinho.

Isabel disse...

AMOR à primeira vista? Também não é para mim.
À primeira vista apenas sinto curiosidade. Depois, à terceira ou quarta vista uma qualquer atracção. O amor vem MUITO, MUITO depois, e só o amor não basta, pois não. É preciso tanto para que uma relação perdure no tempo e resista ao quotidiano de uma vida partilhada.