sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Há mulheres que não entendem que a sua postura vai definir os homens do amanhã. Esta semana contaram-me uma história horrível. Há um rapaz aqui no lugar onde eu vivo, com mais ou menos a minha idade, que maltrata todas as namoradas que tem. Todas, sem excepção e já teve algumas. Pois, ele viveu sozinho com a mãe durante a infância (não me perguntem pelo pai, que não sei o que é feito do Senhor), quando ele chegou à pré-adolescência a mãe conheceu um homem e refez a vida dela (com todo o direito, é claro, ninguém discute isso). A Senhora ao todo teve 3 maridos, excluíndo o pai do filho. Quando digo maridos, é maridos com papel passado, pois se existiram outros não sei. Não é a atitude da Senhora que está em jogo, que isso não somos ninguém para julgar. O que me faz parar para pensar neste caso é a criança. Se uma mãe não tem cuidado com os exemplos que dá, mais ninguém tem que o ter.

Aqui vou parar para fazer um aparte: há uns dois anos fui a uma conferência no Colégio da MC. A oradora era uma pedagoga, que dava um exemplo muito simples: nós ensinamos os nossos filhos a atravessar a rua na passadeira com o sinal verde para os peões, mas há um dia que vamos com pressa (o sinal está vermelho para os peões) e dizemos: vamos rápido. É só hoje... Quando os nossos filhos estiverem sozinhos o mais provável é que façam o mesmo e nós nem autoridade temos, para os repreender. Também fez um jogo connosco (ali só estavam pais e professores), ela disse: façam TUDO o que eu DISSER para fazerem. E repetiu: Tudo o que eu disser.
- Estiquem os braços para a frente (a pedagoga ia fazendo os gestos daquilo que dizia), agora ponham as mãos nos joelhos (e ela punha as mãos nos joelhos), agora ponham as mãos na cabeça ( e ela punha as mãos na cabeça), agora toquem nos pés ( e conforme diz isto estica os braços).
Pois, quase todos nós (só vi dois pais tocarem os pés) esticámos os braços. E esta lição eu nunca mais esqueci. Não adianta dizermos aos nossos filhos isto e aquilo se depois fazemos o contrário.


Agora voltando à história do rapazinho de cá da minha terra, penso: se a mãe nunca se deu ao respeito (e isso nada tem a ver com os 3 casamentos, mas com a forma como os viveu) o filho que assistiu àquilo tudo, nunca poderia vir a ter grande respeito pelas mulheres com as quais se cruzou na vida. Uma mulher que não se respeita a si própria é natural que, sendo ela o modelo para os filhos, eles entendam que as mulheres não são para respeitar. Eu acredito que uma mãe que tem um homem, amanhã tem outro, depois conhece um e já o mete lá em casa e faz com que o filho participe de tudo isto, não pode achar que aquele menino ou menina (que aqui pouco interessa o sexo da criança, embora estejamos a falar de um filho) um dia mais tarde trate com respeito o companheiro ou companheira. Depois ficamos muito espantadas, de como é que as nossas filhas só encontram bandalhos pela vida fora. A culpa é nossa, Senhoras! Aqui, o "nossa" é da sociedade. Párem para pensar, será que o vosso prazer pode passar por segundos para segundo plano, pelos vossos filhos? Nem que não seja por mais nada, só pelos vossos filhos. E para que ainda possamos esperar que as nossas filhas encontrem uns homens de jeito no futuro.
É que, hoje em dia, fala-se muito da exposição dos miúdos na internet e os perigos que daí advêm, mas ninguém fala dos perigos a que as crianças estão sujeitas dentro de casa e que podem perdurar uma vida. Protegem os filhos do facebook e do ciberespaço mas esquecem-se de protegê-los de elas próprias.

7 comentários:

Madrigal disse...

tudo o que dizes é muito certo. Esse rapaz acaba por não ser feliz e também fará infelizes todas as raparigas que "namoram" com ele.

Sofia disse...

Muito bom o que escreveste. Todos deviam ler isto e repensar na sua vida enquanto filhos e enquanto pais.

Anónimo disse...

Clap, clap, clap(isto sou eu a aplaudir-te pelo post fantástico que escreveste).

VR disse...

Leio-te e sei que ser mae so pode ser isso. Beijinho grande.

Rita disse...

Ser mãe é por os filhos sempre em primeiro plano. *

Pig Knee disse...

É que, hoje em dia, fala-se muito da exposição dos miúdos na internet e os perigos que daí advêm, mas ninguém fala dos perigos a que as crianças estão sujeitas dentro de casa e que podem perdurar uma vida. Protegem os filhos do facebook e do ciberespaço mas esquecem-se de protegê-los de elas próprias.


PERFEITO.

ps. Estou te seguindo, adorei o blog.

crise disse...

Não tenho palavras , disses-te tudo .
Dos melhores posts que já li sobre o que é ser mãe .

Obrigada