sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Ainda voltando ao assunto abordado no último post, enquanto o escrevia pensava em quando era pequenina. É uma grande vantagem esta de ser mãe, não me ter esquecido de ter a idade da minha filha e de conseguir pôr-me no lugar dela, conseguir sentir o que ela está a sentir.
Ora imaginem este cenário: sou pequenina, a "minha" mãe hoje apresenta-me o namorado, até fazemos um programa engraçado, tipo vamos ao Mac Donald's e ao cinema. A minha mãe faz questão de me dizer logo que ele é namorado. Uma ida ao Mac Donald's e ao cinema não me fazem criar laços com ele, como é lógico. Dois dias depois ele vai jantar lá a casa e fica lá a dormir. Eu vou para a cama e penso: mas eu até agora vivia aqui sozinha com a minha mãe e agora chega aqui um estranho que anda aqui em MINHA CASA de pijama e divide a cama com a MINHA MÃE (a pessoa mais importante da minha vida). Vamos supor que nessa noite tenho um pesadelo, como é que vou chamar a minha mãe à cama? Ele está lá. O que faço? Vou ver um homem que mal conheço em cuecas/pijama/nu, a dormir com a minha mãe? Se calhar nos meus pesadelos até estava habituada a ir para o abraço da minha mãe na cama dela, agora não posso ir. Está ali um estranho que não me é nada. O que faço?
Não há intimidade entre esta criança e este adulto, não há laços, não pode haver afectos (eles conheceram-se há 2 dias) não há nada. Como é que uma mãe expõe uma filha ou filho a uma situação destas sem pensar na criança? No que esta sente? Eu não julgo quem o faz, porque sinceramente acho que uma mãe que faz uma coisa destas nem tem noção do que está a fazer. Não tem, é impossível, porque senão jamais o faria. Porque no meu mundo as crianças estão sempre em primeiro lugar. Em tudo. Uma mãe, põe-se sempre em segundo plano, sempre. Digo eu...
É que se para mim a intimidade é algo que demora a construir (e muito tempo mesmo), imaginem uma criança pequenina, ter que de um momento para o outro (sem preparação alguma) ter que levar com um adulto dentro de um espaço que até ali era só dela e da mãe. Os adultos são espaçosos, nós sabemos e ter que dividir (do dia para a noite) a atenção da mãe com um gajo que não se conhece de lado nenhum. Ter que se fazer cerimónia na própria casa...Têm que concordar que é dose. Isto é tão fácil de imaginar, meu Deus. Tão fácil. Mas os adultos são tão egoístas (alguns, claro).

5 comentários:

Jorge disse...

Ora então cá opinar o que penso.

A meu ver a questão que pões não esta totalmente bem analisada.

Tambem é preciso ter em conta a idade da criança em causa, mas vamos aqui admitir que tem 10 anos.

Aos 10 anos uma criança ja tem uma noção do que são as relações entre adultos (obviamente que esta noção deverá ser adaptada a sua idade).

Em segundo lugar, e novamente isto é apenas a minha opinião aos 10 anos ja raramente deverá ir para a cama da mãe ou do pai, a não ser numa situação de aflição.

Em terceiro lugar, não vejo qual é o problema de estar um homem em pijama, acho isso sim que a tua preocupação com a intimidade é excessiva, o que me leva ao ponto quatro;

Será que não se esta a extrapolar em demasia as situações de pedofilia, ou alegada pedofilia? então e a mãe ou o pai da criança não estão lá para analisar e controlar essa situação?

Em quinto lugar, dizes: Vamos supor que nessa noite tenho um pesadelo, como é que vou chamar a minha mãe à cama? Ele está lá. , a meu ver uma criança que acorde sobressaltada durante a noite não vai estar a pensar se la esta A ou B, grita e mais nada.

Mas pronto esta e apenas a minha opinião.

VR disse...

Em algumas coisas na vida nao pode haver duas formas de fazer a coisa correcta, existe alias uma obrigatoriedade em saber exactamente qual e a coisa certa. Espero que muitas mulheres leiam estes teus ultimos posts e reflictam, ser mae nao e um ensaio... Obrigado. Um beijinho.

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Olá Jorge ;)

A minha filha, a MC, não tem noção nenhuma de como são as relações entre adultos, por exemplo acha que sexo é darem beijos na boca nus.

A minha filha tem dez anos e ainda anteontem teve um pesadelo chegou àz minha cama assustadissíma e disse: mãe foi o pior pesadelo da minha vida! ( ;-)) e eu por puro comodismo (eu sei, mas já aqui disse que não sou perfeita), mandei-a entrar para debaixo dos cobertores.
Com um homem em pijama tenho algum. Nu já tenho muito. De salientar que mesmo sendo namorado da mãe é um desconhecido. Se um desconhecido tocar à sua porta, Jorge e estiver de pijama tem a delicadeza de pôr um roupão ou não?

Em nenhum momento enquanto escrevi o post me lembrei sequer da pedofilia.

Essa do berro, ok, concordo ;-)

Beijo

prili disse...

ola Rita!

O meu namorado viveu e ainda vai vivendo as situações descritas desde que os pais se separaram, quando ele tinha 6 anos. E segundo ele, sim, são extremamente desconfortáveis, assustadoras e muito marcantes..
Ainda hoje se lembra de tudo ao pormenor, pequenas coisas para os adultos que se tornam muito grandes para quem é pequenino.
Tinha muito para falar sobre isto, mas a verdade é que não consigo julgar a mãe por tentar refazer a vida dela e não ter tido sorte à primeira e ele, posso dizer que é o oposto da história que contou no post anterior, sabe bem como tratar uma mulher, é correcto e tem um coração nobre.. sinto-me uma princesa nos braços dele. Ele diz que os erros que viu em casa lhe serviram de lição, foi obrigado a crescer mais cedo, como bom exemplo tem os avós que ainda hoje são dos casais mais apaixonados à face da terra.
É tudo.

Beijinhos

Rita

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Olá Rita :)

Há sempre dois caminhos: o da imitação ou o da oposição, isto é cientifico. Eu acho ambos perigosos, o primeiro porque se os exemplos são maus (como é, infelizmente o caso do teu namorado) se tivesse imitado (que felizmente não aconteceu) teria muito provavelmente num homem que não saberia tratar bem as mulheres. No segundo, por oposição fica sempre a mágoa dessa lembrança. Fica a mágoa de saber que a pessoa que mais amamos foi a que piores exemplos nos deu. E isso não se esquece.

Um beijo enorme Rita e ainda bem que conseguiste um namorado que te estima e que ele conseguiu ultrapassar essas más recordações.

:)