Sempre sonhei muito. Ainda hoje o faço. Quando era adolescente, sonhava com uma família grande, com muitos filhos. Podiam ser de "várias cores e nacionalidades" importava é que fossem muitos. Sonhava com uma mesa corrida de pequeno almoço, com oito copos e pratos de cores diferentes. Eu o pai e os nossos seis filhos.
A vida nem sempre é como queremos e a minha não foi excepção. Como sabem, pelo menos quem me lê regularmente, só tenho uma filha - a MC. Às vezes olho para as minhas amigas, que tal como eu estão separadas, e penso se não errei. Elas optaram por ter mais filhos e penso senão deveria ter feito o mesmo, agora tinham-se uns aos outros. A MC tem esse desejo: de ter irmãos e eu tenho (ou tinha) o desejo de ter mais dois filhos (sim, o sonho de cinco ou seis, ficou lá trás). Já caminho para os 37. Já não tenho muito tempo. Não acredito em príncipes. E acho que agora que a minha filha vai fazer nove anos a discrepância de idades já é muita. O amor entre irmãos é dos mais belos do mundo e a nossa vida sem ele torna-se mais pobre. Não tenho a mais pequena dúvida. Eu e o meu irmão quando éramos mais novos batíamo-nos muito, mas a minha vida sem ele não seria a mesma.
Já não acredito que isso vá acontecer. Tenho pena por ela. Custa-me tanto ouvi-la dizer que é a única na sala que não tem irmãos. Custa-me só nos termos uma à outra. Custa-me ter abandonado tantos sonhos na vida, este é só mais um. Mas talvez o mais importante - ter tido muitos filhos.
27 comentários:
Olá!
Tenho 34 anos e fui filha única até aos 21, embora todos os anos pedisse irmãos pelo Natal.
Nasceu o pequeno "monstrinho" o Tiago, que hoje em dia é mais um filho único, pela diferença de idades.
Acabamos por ser muito independentes e agarramos-nos muito aos amigos.
Por experiência própria ser filho único leva-nos a antever um futuro "isolado".
Quando me separei e tirando a fase da infância foi a altura em que mais senti a necessidade de ter uma irmã/irmão para falar, partilhar etc...
It sucks! :) **
Olá Sofia
O teu comentário comoveu-me. Quando agora digo que queria dois filhos é exactamente para não fazer ao segundo o que fiz (sem querer) à MC. Gostava de ter mais dois e muito próximos. Ser filho único deve ser muito triste, desculpa dizer isto não quero que te emociones agora tu ;)
Adorava ter uma irmã, com quem pudesse partilhar coisas de mulher. Tenho um irmão que adoro mas não é a mesma coisa.
Penso muitas vezes nos Natais dela, em que pode acontecer alguma coisa e ela precisar de um irmão/irmã e não tem. Os amigos não substituem os irmãos. E o contrário também não acontece. Preocupa-me, mas sei que ela não vai morrer por isso. Adorava ter podido dar-lhe uma família grande. Adorava. Já estou de lágrimas nos olhos. ;)
Obrigada pelo comentário e pela visita. Beijo
O teu post comoveu-me por partilhar da mesma dor que tu, bem como dos sonhos que ficaram pelo caminho. Tento não pensar nisso, para não me doer muito. Ainda só tenho 33 anos e não tenho ainda a minha vida definida, mas tenho um só filho e sinto falta de mais um ou dois. Mas a vida não está muito encaminhada nesse sentido.... E tenho muita pena. ;(
Beijo enorme Cristina!
Ainda tens tempo... hoje a medicina permite-nos isso. Nunca se sabe se ainda não virá a acontecer... ;)
BJS*
Olá Miss Kitty
Se falas de Inseminação, não teria coragem! Sou demasiado tradicional para isso. Acho que uma criança tem de ter pai e mãe. Nem tenho condições financeiras para ter mais filhos, sozinha. Se tivesse adoptava. ;)
Beijo
Agora podes meter o selinho ali no canto que fica giro :p e nao tens de ficar corada ;)
De facto é pena nao haver a possibilidade de adoptares :/
Eu acho que depende da pessoa, já ouvi dizer quem fosse filho único e tivesse adorado e quem se tenha sentido mais sozinho.
Eu vou ser sincera, eu tenho 22 anos e sou filha única, e sempre me senti um pouco sozinha e com falta de alguém com quem pudesse partilhar as coisas. Fui criada com a minha prima, até entrar para a escola primária, e apeguei-me muito a ela e sentia muito a falta dela quando estava em casa sozinha. Trocava mt das coisas materiais que eram "só minhas" por uma companhia.
Isto basicamente durante a minha infância, pré-adolescência. Tal como a Sofia, agarrava-me muito tb aos meus amigos. Ainda vivo com os meus pais, neste momento já não sinto tanto essa necessidade nem posso dizer que fui infeliz. São apenas vivências diferentes :)
Eu pessoalmente, se tiver filhos, gostava de ter pelo menos 2...Fiquei com essa ideia na cabeça...
Bjinhos
Vicky
Olá,
Poderia escrever um livro sobre este tema, mas tento falar rapidinho ;)
Também sou filha única e agora tenho 34 anos (como a Sofia). Passei sempre muito tempo sozinha, nem sabia brincar com as minhas (poucas) amigas :)
Ainda estou assim, fico muito sozinha e isso me incomoda de vez em quando. Também "pedi" um irmão quando era pequena, mas depois até gostei de ser a única. Hoje em dia já sinto falta de alguém que me entendesse assim como só os irmãos podem. Quanto aos natais/feriados/férias, para mim não foram grande coisa, pois passamos as festas com os meus pais e meus avós, sem outras crianças para me fazerem companhia. Sim, agora penso que foi muito triste.
Mais uma coisa: uma amiga minha tem uma filha (única) de nove anos também. E sempre lhe(s) falo que vejo nela muitas coisas em comúm comigo.
Bem, já falei muito...
Beijinhos,
Teea
Olá.
Nunca é tarde para se realizar os sonhos. Entre mim e a minha irmã mais nova existem 20 anos de diferença. É óbvio que não tenho com ela a relação que tenho com a minha irmã mais velha. Tenho uma relação muito melhor. Às vezes as pessoas pensam que é bom que não exista muita diferença de idade, para poderem brincar juntos e mais não sei o quê, mas pela minha experiência pessoal a diferença de idades também não é má. Muito pelo contrário. A minha mãe tinha 42 anos quando ela nasceu e correu tudo pelo melhor. Com o acompanhamento que hoje há, a idade já não é um problema assim tão grande.
beijinho
Olá! Acho que nunca é tarde para acreditar! Eu tenho diferença do meu irmão mais velho 9 anos... e sim, a minha mãe ficou grávida de gémeos e somos hoje 3 irmãos que se adoram.
Não acho que seja assim tão estranho.
Acredito em homens normais que se tornam principes! Como uma vez vi escrito num poster de uma amiga minha em tempos de adolescência " podes não ser ninguém no mundo, mas podes ser o mundo de alguém".
Rabo de Saia, obrigada. Essa frase é muito bonita e bem verdade. Eu sou o mundo da minha filha, disso tenho certeza. Mas também tenho certeza que podia ser o mundo de muitos mais. Tenho um coração bem grande...de muitas assoalhadas! ;) Percebi que a frase se referia ao príncipe, mas interpretei-a à maneira que mais jeito me dá agora ;)
Beijo
Não diria triste mas é uma vida "sem sabor", falta alguém!
Temos de facto uma capacidade de isolamento maior e embora tenha alguns amigos que também o são e dizem que não concordam e que há irmãos que se dão mal etc, sabemos que não é bem assim e que fazem muita falta...
Sobrevive-se assim, sem partilha, sem as chatiçes normais entre irmãos. E falo desta forma agora porque já o tenho e adoro-o mesmo sendo enorme a nossa diferença.
Os pais não duram para sempre e da maneira que as relações de hoje em dia estão, não sabemos se teremos aquele companheiro para a vida e a familia vai diminuindo até sermos só nós... os irmãos ou o filho único!
Quando o Tiago nasceu a minha mãe tinha 41 anos, e a idade já não é o principal impedimento.
Não desistas! :D
A M. vai adorar e senão conseguires não é o fim do mundo...
Beijinho às duas **
Olá,
Eu também sou filha única e, pela minha experiência, posso dizer que os momentos de maior isolamento são vividos mais na fase de criança, sobretudo, se não frequentarmos creches (como foi o meu caso). Apesar de ter sempre primos em casa não era a mesma coisa. Mas quando entramos na adolescencia começamos a passar mais tempo com os amigos e essa fase de querer um irmão para fazer companhia passou-me.
Mas se desejas muito ter outro filho não desanimes, ainda és nova e a vida ainda dá muitas voltas.
Bjokas
eu debato-me muito com esta questão.
primeiro porque a minha filha vai já fazer 7 anos e a cada ano que passa maior vai ser o fosso entre ela e um futuro irmão, já que neste momento a minha situação económica não me permite sequer pensar na questão.
segundo porque eu própria não estou preparada para mais um filho. fui mãe muito cedo, acabei por perder certas experiências que devia ter vivido e que não vivi, como por exemplo ter uma relação com o meu companheiro a dois, coisa que não tivemos antes de eu engravidar. não como um casal comprometido, apenas namorávamos. Outras coisas há que não poderei fazer se me aventurar em mais uma gravidez, estarei a atrasar ainda mais a minha própria vida. há quem pense que isto é ser egoísta mas a minha realização não passa, neste momento por ser mãe outra vez.
não quer dizer que não pense no assunto, já que a D*, assim como o pai dela, constantemente me pedem para considerar o assunto.
não é que não queira, porque gostava de dar um irmão à D* e um novo filho ao Z*. mas não sei se quero isso. por vezes sim, por vezes não.
às vezes penso que não faria mal a ninguém se apenas tivesse a D*, mas depois vejo-a com outras crianças, principalmente bebés, e o meu coração derrete. Por outro lado o Z* quer mesmo outro filho e não sei se o quero privar disso. No entanto tb não acho justo estar a ter outro filho só para satisfazer os outros e contra a minha vontade, já que isso não seria benéfico tb para a criança. E, como digo, à medida que o tempo vai passando, a D* vai ficando maior, logo o irmão que ela teria não seria assim tão próximo dela, como se vê por exemplos dados aqui, ainda que um irmão é sempre um irmão. Não imaginava a minha vida sem o meu. Mas por exemplo o Z* é filho único e não se tornou pior pessoa por causa disso, ainda que intimamente desconfie que ele gostava de ter tido um irmão.
o que me incomoda é a crítica que recebo de praticamente toda a gente quando digo que possivelmente não vou ter mais filhos. Recriminam-me e fazem-me sentir como se fosse uma obrigação e um filho nunca deve ser uma obrigação. Pode ser que mais tarde mude de opinião mas não prevejo que isso aconteça.
desculpa alongar-me, mas às vezes sabe bem desabafar. tudo isto para te dizer que não te deves sentir mal por não teres outro filho, ou por não dares um irmão à tua filha. Ela pode receber amor noutros lados e tu não precisas de te sentir culpada. por vezes a vida não permite que o que queremos se manifeste, mas aproveita a maravilhosa dádiva que já tens, porque todas as crianças são ua dádiva. Foca-te no que tens e verás que a angústia esvanecerá. Imagino que deve ser doloroso para as duas mas pelo menos ainda se têm uma à outra. E mais tarde ela irá preencher a vida dela com outro tipo de amor. e não se sentirá mais sozinha.
Querida Anne, gostei de te ler e concordo contigo, não devemos ter filhos por obrigação. A mim é um desejo, muito forte e ainda por cima de ter mais 2 (não faço a coisa por menos) ;)
E há uma coisa que muitas vezes penso, quando se tem só um filho e alguma coisa acontece... olha nem vou escrever! Beijo e obrigada pelas palavras
O teu post é muito sensato, assim como tu pareces ser. Também sou filha única, também sonhei toda a vida com uma irmã ou até um irmão, porque de facto o sentimento de solidão em algumas ocasiões é enorme. Mas não mata... Ser filho único, sobretudo quando os pais têm uma vida profissional complicada é o melhor, aliás, temos que compreender. No teu caso poderá não ter sido exactamente isso, mas as circunstâncias da vida.
Hoje com quase 30 anos penso se conseguirei realizar o meu sonho de ser mãe, tal como tu sou tradicional nesse aspecto, e nada apologista das inseminações. E a preocupação de ter pelo menos dois, também é uma constante. Mas a vida nem sempre corre conforme sonhamos, conforme queremos...
Tenho a certeza, pelas tuas palavras e preocupação, que és uma excelente mãe e amiga, e isso, muitas das vezes supera a ausência de um irmão/irmã, acredita em mim!
Beijinhos
Podes sempre adoptar... e há a inseminação artificial. Felizmente, hoje em dia, tudo é possível e se queres assim tanto...porque nao?
Tantos comentários mas vou na mesma deixar o meu.
Também eu sou filha única, de uma mãe sozinha. Neste caso, profundamente sozinha. Eu e a minha mãe temos uma relação que não se explica, vejo outras pessoas com relações que me parecem estranhas por existirem laços fracos e quase dispensáveis. Não acho que tenha perdido muito da vida por não ter tido irmãos, embora claramente isso afecte a pessoa em que me tornei (para o bem e para o mal, prefiro estar sozinha).
Referes nos teus comentários que és tradicional, percebo-te muito bem mas deixa-me dizer-te, com a maior sinceridade, que o pouco pai que tive mais valia não ter tido porque só me trouxe...dores de cabeça, digamos assim. Se a figura masculina que tenho tivesse sido formada com ele como modelo eu seria hoje uma pessoa muito estranha! Isto para dizer que mais vale nenhum pai que um mau pai. (pessoalmente acho a adopção um feito lindo, mas não é para todos)
Por último, enquanto filha que ainda não é mãe, quero garantir-te uma coisa: daqui a uns 10 anos a tua filha vai começar a apreciar-te e a amar-te como mereces, vai perceber que te dedicaste a ela e que por ela abdicaste de coisas importantes para ti (certamente o fizeste, muitas vezes). Nessa altura, mesmo que tenha pena de ser filha única, não ter irmãos vai ser apenas uma circunstancia da vida dela.
(ah e os Natais... divirtam-se as duas!)
Este teu post fez-me lembrar que quando eu sempre andava a pedir uma irmã aos meus pais e quando tinha 8 anos pedi tantoo mas tanto que eles acabaram por ceder..
Hoje eu tenho 18 e ele 10 mas eu amo-lhe mesmo muito e a diferença de idades é muita sim, sempre quis ter uma irmã com pelo menos 2 ou 3 anos de diferença.. mas digo-te que se eu não tivesse este pirralho não seria a mesma pessoa.
E acredita, é sempre bom ter uma companhia, ter um bebezinho em casa que nos faça rir sempre :)
Felicidades pra ti e pra filha :)
Olá Mnemósine
Tenho pena que tenha sido assim com o teu pai e quero contar-te que foi exactamente assim comigo. Não tive um pai presente e nunca pude contar com ele. Por isso mesmo, gostaria que fosse diferente com os meus filhos.
E quando falava do Natal, falava de quando eu cá não estiver. Um beijo e obrigada pelas tuas palavras. Bom Domingo.
Tens que ver pelo lado positivo.. há tantas pessoas que não têm filhos, muitas que não podem ter. Ninguém te tira a excelente relação que tens com a tua filha, e se calhar há tantas familias numerosas com crianças infelizes..
Hoje em dia as mulheres têm filhos até aos 40 pela via normal. Mesmo que não tenhas mais filhos tu e a MC, não se têm apenas uma á outra, têm sim a sorte de poder contar uma com a outra! Está o copo meio cheio, ou meio vazio? E quem nunca conseguiu ter filhos? ;)
SENSIBILIZOU-ME...
Penso muitas vezes na minha vida, aquilo que sonhei....
E ainda não se realizou nada do que mais queira...
E ter filhos é um dos MEUS GRANDES SONHOS...
SUSPIRO.....
Porque não tenho uma varinha de condão????
Já tinha saudades de ler o teu blog e vejo que estás cada vez mais inspirada! Parabéns.
Eu cá tenho duas filhas,uma de quase 3 anos e outra de 8 meses. Quem me conhece, além de se espantar como eu, que tantas loucuras (infedilidades) cometi até aos 25 anos, diz que só tenho filhas para pagar o que fiz...
E cada vez mais tenho vontade de ter um terceiro/a pois não existe nada que me faça mais feliz que ver os sorrisos das minhas filhas. Como tal, se sonham em ter filhos, e por vezes, tentam encontrar desculpas para adiar esse sonho pensem em como é bom sentirmo-nos incondicionalmente amados pelos nossos filhos, no seu sorriso, nas pequenas descobertas que fazem todos os dias. Eu falo assim porque as minhas ainda são novinhas, talvez daqui uns tempos, quando vierem com os namorados já não diga a mesma coisa. Mas estou muito tentado a ter mais uma menina, a Inês...
Mr Koko
Tipo harém? ;)
boas povo...fiz umas modificações no blog..
espero que gostem..
visitem e mandem comentários ..
jah bless
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