domingo, 14 de dezembro de 2014

depois de 7 dias a trabalhar que nem uma moura


hoje estou aqui, a beber um copo de vinho, a fumar um cigarro sem pressas {shame on me, não consegui deixar esta porra} e a sorrir com as gargalhadas da mc e da amiga que cá ficou a jantar. não, não fumei perto delas: fui fumar para a cozinha. a minha sala quentinha, eu a ler, a escrever, a tratar de trabalho que tenho amanhã {sim, a trabalhar um bocadinho}, a planear a semana, a organizar cardápios mentais, a alinhar ideias e a pensar na noite de ontem: quando fugimos para os braços um do outro. sim, foi uma fuga: são fugazes como nos habituámos. ontem foi uma noite sem promessas: só nós, sem nada. despidos de tudo: sem dramas, sem planos: fomos nós: nus e puros. hoje faço o balanço e assola-me a certeza que quando sabemos o que queremos, quando queremos, nada nos trava. há um nós, mas sem planos, guia-nos o nosso desejo e a fé que a vida se resolve. a nossa vai-se resolvendo.
penso que não tive a minha adorada filha durante dois dias por causa do trabalho e que gostava de não trabalhar tanto. que tive que "deixá-la" em casa de amigas que por força da vida que tenho, me trouxeram pessoas bondosas à vida: onde há sempre uma cama para a minha filha, onde no meio de tantos filhos que já têm, há sempre um prato a mais na mesa para ela; onde é recebida como sobrinha emprestada; onde os filhos mais velhos a protegem; para onde posso ligar desesperada e dizer: são oito da noite e ainda aqui estou! do outro lado oiço: deixa-a, já está tudo preparado para ela ficar, trabalha descansada. respondem-me sempre com um sorriso. sim, eu consigo ouvir os sorrisos ao telefone. eu sinto a bondade de quem me rodeia. sinto-a, na pele e na alma. sou tão grata por tudo.
 
{já perceberam que hoje, vou escrever tudo o que não tenho escrito por aqui nos últimos dias :-)}