quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

gosto, gosto tanto


disto que temos. gosto do cuidado que temos em relação, a isto que já temos. gosto das conversas dentro do carro com a chuva a cair lá fora. gosto dos cigarros que fumamos juntos. gosto do que rimos. gosto do que sonhamos um dia vir a poder fazer, mesmo sabendo que pelo caminho podemos perder isto que temos. gosto quando confessámos os nossos medos de perder isto. gosto do esforço que os dois fazemos para não perdermos isto. gosto das mensagens: ainda estás acordada?. gosto quando me pedes para conversar contigo. gosto quando te exaltas. gosto quando gritas os sentimentos {o que eu gosto de gente que grita!}. gosto quando me dizes: sou alentejano e o orgulho que imprimes nisso. só podias ser do meu alentejo. gosto quando dizes: "não saias daí de onde estás, estou a chegar!". gosto do teu sorriso quando me vês. gosto quando me interrompes com um ar zangado e indignado e depois acalmas e olhas-me ternamente. gosto das inúmeras tentativas que temos feito para não estragar isto, isto tão grande que já temos; aquilo a que chamas: entendimento. gosto quando gritas o meu nome. gosto quando te mostras mais homem e não um herói, porque tu és um herói e os heróis também têm medos, mas às vezes disfarçam-nos. gosto da forma como falas com a mãe dos teus filhos, só porque ela é mãe deles e por mais nada. gosto que partilhes os teus problemas, mesmo não me pedindo conselho algum. gosto da tua maturidade e do puto que ainda és. gosto do azul dos teus olhos e de não serem serenos. gosto do facto de tal como eu, detestares vidas mornas. gosto que lutes pela paz e felicidade dos teus filhos. gosto da forma como lhes dás beijos e queres os beijos deles. gosto da forma como olhas para e por eles. vives sozinho com eles e em ti é tão natural. gosto quando me dizes: tenho que fugir de ti. gosto quando nos perdemos no pingo doce. gosto da tua forma leve e natural de fazer e dizer as coisas. gosto do teu não dramatismo. gosto da tua genuidade. gosto das verdades que me dizes e o cuidado que tens em dizer-mas. gosto que tenhas estes cuidados comigo e quando me confessas que não queres magoar-me, nem ver-me triste. gosto quando me dizes que queres a minha companhia. gosto quando me dizes o que pensas de mim: é tão bom, querido d. é tão bom ter-te na minha vida. ontem quando me disseste: porra, não podemos estragar isto! concordei. só nós sabemos o esforço que fazemos para não estragar e que já estivemos mais longe de lixar isto tudo. há dias que parecemos uns junkies e chegámos ao fim do dia e dizemos: já passou mais um.
e hoje que sei que não estás bem e que vocês homens só têm capacidade em pensar uma coisa de cada vez, hoje que sei que precisas de conversar. hoje dava-te um abraço e ficar a ouvir-te, tal como fiquei ontem. porque hoje fizeste-me falta, não por mim, mas por ti.
beijos muitos