quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Correndo o risco de ser espancanda virtualmente

Aos Senhores e Senhoras que fazem greve:

Entendo as vossas preocupações, entendo as vossas angústias, as vossas dúvidas, as vossas incertezas. Juro que entendo. Mas, tenho que pensar que hoje todos vocês tinham um trabalho a fazer nos vossos empregos, todos. Porque se estão a fazer greve é porque têm um, certo? Em algum momento da vossa decisão (em aderir à greve), pensaram naqueles que nem a ela podem aderir por não terem trabalho algum?
Porque esses que não têm emprego, no fundo contam com todos nós, trabalhadores, para pôr isto a andar para a frente, para que num futuro muito próximo esses também possam ter onde trabalhar. Repito que entendo a vossa indignação. Mas, eu continuo a achar que o trabalho não é um direito adquirido, é algo que se conquista.
Acabou agora de ligar-me a MC aos gritos de felicidade a dizer que não tem aulas (coitadinha, é pequenina e não sabe o que diz). E agora que lhe faço? É que eu não posso fazer greve, eu tal como vocês, tenho milhares de coisas para fazer na Empresa e esta, não anda sozinha. Eu hoje vou trabalhar. e se vocês podem gritar, eu também o posso fazer: EU HOJE VOU TRABALHAR, VOU PRODUZIR, VOU DAR O MEU CONTRIBUTO PARA QUE ISTO ANDE PARA A FRENTE!
Ontem uma jornalista perguntava-me: Mas porque é que vocês (aqui leia-se: empresa) são a excepção à regra em tempos de crise? Eu respondi: Porque encaramos tudo isto com optimismo, com muita dedicação e trabalho, investimos tudo na qualidade e na formação dos nossos colaboradores. Se assim, não fosse fecharíamos as portas.
Chegou a hora de provarmos quem somos, de que barro somos feitos. Lutem por aquilo que chamam de direitos adquiridos (?), sim lutem!. Mas lutem com aquilo que neste momento irá dar mais resultado: trabalhando com muito afinco, com as mangas arregaçadas e perguntem: Isto é para levar para onde?

Adenda: Antes que venham para aqui blá blá e mimimi. eu trabalho a recibos verdes e tenho mais que um trabalho. Logo, nunca tive subsidios de Natal (que considero ridículo) e subsidio de férias que considero ridículo também (pagarem-nos para ir para a praia). Quer dizer um trabalhador produz 11 meses e recebe 14. Não entendo! E se olharmos para os indices de produção individual, passo a entender menos!

21 comentários:

camaleoa disse...

E quem fala assim não é gaga...
Agree!! :)

Anónimo disse...

Nõa te vou espancar, nem agredir, e sim aplaudir, existe muito de verdade em quase tudo o que dizes-te.

Mum's the boss disse...

Falas por muitos, Rita!
Força aí, keep up with the good work!
Vou partilhar!
Kiss**

Margarida disse...

Finalmente alguém que pensa como eu e com ... coragem para o dizer ... Eu também estou a trabalhar e a contribuir para um futuro melhor !!!

ClaudiaN disse...

Não podia concordar mais consigo. Somos um país com muitos direitos, mas sem deveres. Lamentável.

Aconselho leitura a este artigo:
http://aeiou.expresso.pt/caro-funcionario-publico-quer-trocar=f689960#ixzz1ec3XEeLa

Mary Silva disse...

Concordo plenamente consigo, infelizmente neste momento não estou activa a trabalhar porque me encontro de baixa devido a problemas de saude, mas nunca fiz greve no meu trabalho, nunca recebi um centimo a mais pelas 1/2/3 horas que dava a mais por dia e andei 1 ano inteiro a trabalhar aos sabados sem receber um centimo e não morri, mas a coisa que mais me magoa é saber que quando eu trabalhei assim, quando dei horas a mais e trabalhei dias sem receber o patrao maltratava o pessoal mas eu seguia sempre em frente e agora que infelizmente não posso o desgraçado anda as voltas para me tentar despedir,mas não me aquece nem me arrefece pois tenho os meus direitos, ele não pensa sequer que estou a passar uma doença cronica em fase terminal, e não pensa no quanto contribui para as duas empresas dele a troco de uma porcaria de salario mas nunca me queixando. É injusto existe tanta coisa que está incorrecta neste país e as greves são uma dessas coisas.

A Coisa disse...

Eu sempre achei que a greve só prejudica um tipo de pessoas: as pessoas que querem e precisam de trabalhar.
Querem mostrar descontentamento, por exemplo nos transportes, então vão trabalhar e abram as portas do metro, não cobrem bilhete a ninguém. Façam as greves dentro deste género, mas até aos dias 8 de cada mês, que é quando as pessoas compram os passes.
Quando ouvi falar na greve, lembrei-me logo de que iam marcar para uma Sexta ou Quinta-feira, para "ah e tal, já agora meto ferias e alto fim de semana prolongado".
Há muitas maneiras de protestar e a greve só ajuda os patrões: um dia sem pagar a quem faltou. O país não produz, mas também não se paga a ninguém.
Eu vim trabalhar, nem penso em greves. Eu preciso é de trabalhar, para me pagarem no final do mês e eu sentir que o mereci. E vim de transportes, que na minha zona não fizeram greve.
Concordo que o país está na miséria, mas do pouco que sei da vida, não é assim que o país produz e sai deste buraco. Há muito injustiça social é certo, mas quem tem trabalho hoje em dia devia agradecer todos os dias por isso.
As pessoas deviam fazer greve era aos centros comerciais, às idas aos estádios, aos cinemas, aos tabaco, às bebidas, às discotecas e afins.
Saiam para a rua, mas no verdadeiro sentido, passeiem ao ar livre e quando estiver de chuva, façam como eu, fiquem em casa que também é bom.
Não pus lá o Sócrates e não pus lá este, mas sinceramente o Passos anda a seguir as regras da Troika que o outro assinou. Da maneira que o país está não se podia esperar um mar de rosas deste novo governo. As pessoas estavam era encostadas às mordomias e ao engano do empréstimo. Os meus pais apenas pediram um empréstimo na vida deles, e que sabiam que rapidamente pagariam. Assim foi. Eu nunca comprei nada a crédito. Nunca dar um passo maior do que a perna.
E muito mais haveria para dizer.

E pronto, já me estiquei um bocadinho. Beijinho ;)

MGeraldes disse...

Subscrevo tudo aquilo que escreveste :)

Unknown disse...

Eu entendo quem faz, mas não fiz.
Acho que não leva a lado nenhum mas lá está, é um direito...
Beijocas

VR disse...

Bom dia Ritinha. Nao posso deixar de comentar este post. Considero-me uma mente aberta e atenta e o que sinto é que é precisamente deste espirito de trabalho e sacrificio (o que demosntras ter) que ainda falta muito ao povo portugues. Sermos so vitimas e coitadinhos nao nos dignifica. A gratidao por ter um trabalho nem sequer passa pela mente de tantos, e sao sempre esses os primeiros a reclamar. É verdade que as coisas podiam estar melhor, mas nao estao e é preciso despertar para a realidade e sobretudo vive-la. Um beijinho, valores destes tambem se ensinam aos filhos, por isto tambem , entre todas as outras coisas, és uma super mae. Um dia a Carlota vai ler este post e vai sentir-se tao orgulhosa...

Piquinota disse...

Tenho de concordar contigo! Concordo tanto, que linkei o teu texto no meu blog (espero que não te importes!).

Custa-me muito aceitar que estando nós tão mal, as pessoas se dêem ao luxo de parar 1 dia... 1 dia que não vai ajudar, vai piorar!!!
Ajudava produzir mais, trabalhar melhor... isso sim ajudava!!
E isso não vejo os sindicatos a pedirem:(

Jinhoss

Ana Rita disse...

nunca pensei que houvesse tanta gente que concorda-se comigo :) estás de parabéns, é mesmo isso! estas greves não "prejudicam" o estado mas sim quem trabalha ou estuda. não é faltando ao trabalho que vão conseguir recuperar os famosos subsiduos de natal e férias!

sakura disse...

olà rita jà venho cà ha algum tempo e adoro "ler-te"!!nunca comentei mas este post merec mesmo!estou em frança e aqui nao hà nada dessas coisas de subsidios e ainda bem!nao concordo com nada disso e acho uma parvoice!oh pah dividam isso por 11meses e aumentem um pouco o salàrio mensal e as pessoas que poupem mais que è o que fazemos aqui!toda a gente acha que aqui ganhamos rios de dinheiro e nao è verdade,alèm disso temos contas exuberantes ao fim do mes para pagar!a vida e a maneira de pensar è que sao diferentes por aqui!os portugueses estao muito mal habituados e enquanto as mentes nao mudarem,o paìs nunca irà para a frente!
apoio mesmo tudo que disseste!!parabens pela coragem!

stantans disse...

concordo plenamente. tanta gente a querer trabalhar e quem tem trabalho dá-se ao luxo de ficar em casa a protestar para nada, e pior, a complicar infinitamente a vida de quem como eu precisa mesmo de ir trabalhar. enfim.

Isabel disse...

Sobre este assunto pus lá no blogue um texto do Vasco Graça Moura, publicado hoje no DN. Na situação em que nos encontramos, como é que alguém pode pensar em parar o país? O povo não entende que isto (de voltar a encarrilar a coisa) também está nas suas/nossas mãos.
Depois de ter passado pela infeliz situação do desemprego, agora não largo o meu trabalhinho por nada. Antes também não largava, mas agora estimo-o ainda mais.

Jo disse...

Concordo plenamente! Não percebo como alguém pode fazer greve nas actuais circunstâncias, mas enfim, percebo o protesto, respeito o direito à greve. O problema é que estas pessoas, parece-me a mim, que só conhecem o conceito 'direitos'. 'Deveres' é uma coisas que não lhes assiste. E é chato. Porque um país não vai para a frente assim. Pior, porque um país como o nosso, totalmente falido, a recorrer a uma ajuda externa, não pode de modo algum dar-se a estes luxos. Tenho pena que as pessoas não tenham consciência disto. Tenho pena que quem faz greve não pense, tal como disseste, em quem não tem um trabalho e gostava de ter, precisava de ter.

Anónimo disse...

É bom saber que, apesar de toda a gente que neste momento se manifesta e reivindica direitos (esquecendo deveres), ainda há gente a pensar assim. Com vontade de produzir e de levar este país para a frente. É triste é pensar que há mais um buraco de alguns milhões, resultantes da greve de hoje, para tapar.

Kios disse...

Correndo o risco de ser a única leitora deste blog que fez greve, gostava apenas de dizer: limitar as reivindicações de hoje aos cortes nos subsídios é bastante castrador; o pacto de silêncio a que nos obrigam em nome da situação difícil em que se encontra o país, enquanto os principais responsáveis (os detentores de cargos de poder e decisão) continuam a fazer más escolhas, é chantagem.
O que me move principalmente é a injustiça do sistema.

Este Blogue precisa de um nome disse...

Kios

Desculpa dizer isto, mas a culpa é nossa, de toda a sociedade que ficou de braços cruzados a contemplar tudo isto nas últimas décadas. Essa de acusarem os sucessivos governos, também já cansa (desculpa!). Mas, afinal, quem é que os põe lá? Quem é que os deixou mandar e desmandar? Quem é que gastou o que tinah e o que não tinha?
Isto é uma longa discussão que não é para ter aqui. Isto é só o meu ponto de vista. E deixa-me salvaguardar que sou das que sempre votei, nunca falhei uma eleição ou um referendo. Párem para pensar isto: falimos. Estamos falidos. Ponto final tudo o resto é areia. E se queremos sair deste estado, temos que remar todos para o mesmo lado.
Mas, isto é só a minha opinião, vale o que vale ou seja, nada. :) beijo

Kios disse...

Olá Este Blogue precisa de um nome
eu não levo a mal opiniões diferentes das minhas :)
quando digo detentores do poder não me restrinjo aos (des)governos que tivemos.
Outra coisa que eu não faço é sair de mansinho e dizer que a culpa não é nossa.
Considero é que estamos a deixar que nos pisem sem nos queixarmos.
Ainda hoje fomos 'indexados' ao lixo por uma agencia de rating com todas as implicações negativas que isso tem para a nossa economia. Não tenho uma carta na manga mas gostava que se encontrassem soluções justas e ideias que fugissem ao caminho redutor que estamos a seguir.
Não consigo reconhecer que estejamos a ser bem orientados (nem no passado). Vejo apenas uma fuga para a frente.
Sou uma política sem definição de cor partidária porque não gosto de ser associada a intransigências da direita ou da esquerda ou do centro.
Compreendo o ponto de vista de esforços conjuntos para superar a crise e com isso um dia de paralisação pode ter implicações perigosas. Mas, até onde podemos aguentar?
Porque as medidas anunciadas parecem-me ainda vestígios do que se aproxima ...
(não leves a mal o meu desabafo)

Marta disse...

percebo o que diz, mas sinceramente chegamos a um ponto em que temos que mostrar o quanto estamos indignados. Sou a favor da greve, e respeito, claro quem não o é. E sou a favor da greve pelo simples facto de, nós, todos, termos que nos juntar e fazer ver que o país não está a ir como devia. Sei que o país precisa de medidas austeras, sei que está endividado até as pescoço (e com o FMI ainda vai ficar mais) sei isso tudo, mas existem medidas ao qual não deviam tocar. O corte do subsidio dos passes, por exemplo, em que eu e muitos colegas meus irão se ver à rasca para pagar 60 euros e alguns o DOBRO para se descolarem à faculdade. Cortes das ajudas do estado, aumentos dos impostos ... tudo isto é preciso mas com moderação, pois pelo menos a minha família não aguenta! É passar do 8 para o 80 e não há muita gente que consiga aguentar nem com a mais flexibilidade e ginástica possivel. E mais uma coisa, sou a favor da greve, e é um direito que assiste felizmente a cada um de nós, e como disse respeito quem não é a favor delas, mas detesto ouvir pessoas a refilar em cafés com estas medidas e com os orçamentos e não mexer um dedo para mudar alguma coisa, simplesmente acomoda-se. Afinal o país é feito por nós, os cidadãos e temos e devemos de ter a ultima palavra a dizer.