quarta-feira, 4 de maio de 2011

Private post

há algo na minha alma que quer saltar cá para fora e não pode. o meu dia foi passado a segurar esse "algo" que nem sei bem o que é. ou será que sei? são palavras que me disseram, ou melhor que me escreveram. sempre as palavras a perseguirem-me, sempre! as palavras fazem parte do meu dia: as escritas, as faladas, mas principalmente as que leio. elas mexem comigo, dependendo de quem as diz ou de quem as escreve, claro está. as que li hoje e ontem, mexeram e estão aqui aos saltos, quero passá-las para actos e não posso. sinto-me castrada. sinto que tenho que as libertar. mas hoje, não me apetece correr, hoje não me apetece ir ver o mar e deixá-las lá. hoje apetecia-me forrar uma parede das cores com que está a minha alma e não posso. sinto-me castrada. detesto que a minha liberdade termine quando começa a liberdade dos outros. quero gritá-la, tenho esse direito. ou não? não, não tenho, tenho o dever de me castrar porque a minha euforia, a minha vontade não se pode sobrepor à de ninguém. quero que elas saiam, como faço? podia ser na parede, num abraço ou num beijo. há pouco fui à parede e pensei: vai ser agora! mas não foi, porque me castro. não por mim, mas pelos outros. deixo-as aonde? espero pela noite e aguardo que os sonhos as levem? o que faço até lá? e se eles não as quiserem?