Ora vamos lá ver se nos entendemos. Eu quando escrevo aqui, há pessoas que não entendem aquilo que escrevo e como não entendem e nem têm como, fazem perguntas, fazem conjecturas.
Eu não passo o dia a chorar, isto foi alguém que me disse em tom de brincadeira e exagero. Eu tenho as emoções à flor da pele, choro de emoção. Chorei pelos mineiros, choro se vejo um mendigo a pedir na rua, choro se vejo uma criança com fome. Que querem? Choro. Isso não me faz nem mais nem menos que ninguém. Isso faz-me diferente, faz-me: a Rita. E eu não vou deixar de ser a Rita, adoro ser como sou. Se sofro mais que os outros? Sofro. Mas antes assim, do que aquelas pessoas pelas quais a vida passa ao lado, que marimbam no próximo e que se estão nas tintas para o mundo. Sou exagerada? Sou. Assumo aqui que sou exagerada, que comigo é tudo a ferro e fogo. Que não há cinzento, há preto ou branco. Há tudo ou nada. Que não sou de meios termos, não sou de coisas mornas. se é para ser morno, salto fora.
Num mundo onde se entra numa livraria, por exemplo, e a maioria dos livros são de auto-ajuda, de busca da felicidade e do diabo a 4, realmente não posso ser compreendida. Choro de emoção, choro de tristeza, choro de felicidade e não me impeço de viver nada disso porque parece mal aos olhos dos outros. Eu quero mais é que os outros explodam, porque eu não estou a incomodar ninguém com a minha tristeza, a minha alegria, a minha emoção. Num mundo que toda a gente é (?) feliz, eu realmente destoo: a minha filha dá respostas tortas; é preguiçosa para fazer os deveres; não gosta de sopa; é uma guerra para comer peixe; tenho um casamento falhado; envolvi-me com alguém que se está a marimbar para mim; não tenho os sapatos que quero; não tenho a roupa que quero; não queria que a minha filha fosse estudar para uma escola pública e vai ter que ir; estou desempregada desde o ínicio do ano; não tenho viagens a Paris e a Nova York agendadas; tenho dias fodidos e tenho vontade de chorar. Mas mesmo com estes problemas e mais alguns, choro, mas não choro só de tristeza, choro também de alegria, dou gargalhadas, rio-me muito e sou importante na vida de muita gente. Não venham para aqui para o blogue querer saber mais do que eu da minha própria vida. Eu sou uma gaja normal e que é como quer ser. Não tenho vergonha de dizer, que sim que choro. Não choro todos os dias, nem o dia todo. Mas como vivo num mundo imperfeito, tenho problemas e também tenho momentos felizes, porque a vida é isso. E quem pensa o contrário deve ser muito frustrado.