quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Eu ...


Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho,e desta sorte
Sou a crucificada ... a dolorida ...

Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!

Florbela Espanca

4 comentários:

Marisa Fernandes disse...

Gosto tanto deste poema... *

Isabel disse...

Deste eu gosto.

Isabel disse...

Deste eu gosto.

Catarina Lobão disse...

Adoro Florbela Espanca. Adoro este poema.
E, by the way, adoro o teu blog (: