"Há pais que morrem em vida, devagarinho. Serão, entre todos, os mais dolorosamente ausentes. Acompanham a vida dos filhos, desde sempre. Mas desconhecem-nos. Demitem-se de lhes ler o coração ou de se colocar, por instantes que seja, no lugar deles. Imaginam valer pelos bens que transmitem e nunca pelos sonhos que conquistam (esquecendo que os pais mostram um caminho sempre que o percorrem, nunca se o indicam). Mas morrem um bocadinho se não abraçam. Morrem quando não brincam. Morrem sempre que decepcionam. E são tantas as decepções que os seus gestos acumulam que, quando morrem de facto, os filhos atestam um óbito (mais que desmoronam num choque). E, ao morrerem, deixam a pior de todas as saudades: a saudade pelo que não se viveu. Não são pais pelos gestos que dão mas por tudo o que os filhos desejavam que dessem."
Eduardo Sá [ retirado daqui]

Um texto mt forte..!
ResponderEliminarBom dia!
Maria
Gosto imenso das leituras de Eduardo Sá :)
ResponderEliminarDeste dia que dizer... há pai de todos os jeitos...
Apesar de ser já mulher adulta, há uma dor que não consigo resolver: Sentir saudade do carinho que não recebi, do apoio que nunca tive. Já um dia agradeci (principalmente à minha mãe) por tudo aquilo que não foram para mim. Foi assim que aprendi a ser quem sou. Sou (tento todos os dias ser) para as minhas filhas o que os meus pais nunca foram para mim. Obrigada pela partilha do texto de hoje.
ResponderEliminarGostei muito :(
ResponderEliminarÉ exactamente assim.
ResponderEliminarinfelizmente existem 'pais' assim...
ResponderEliminar:/
E muitas vezes choram, desistem, morrem quando os filhos, por influência de terceiros, "fingem" que não os amam, que não os desejam, que eles pais não importam.
ResponderEliminarE também importa lembrar, aqueles que não estão presentes na vida dos filhos ou que pretendem estar, pela simples maldade de outros. Esses querem brincar, querem participar, querem amar, e vão morrendo todos os dias um pouco, pela ausência forçada dos filhos! A esses a minha solidariedade, porque é muito triste um pai passar um dia do pai á espera de um telefonema que nunca chega! E que devia chegar, por todas e mais algumas razões do mundo!
ResponderEliminarUma rapariga comum
ResponderEliminarNão percebi o comentário, ou aliás percebi, mas parecia que estavas a falar de algum caso especifico. Isso numa criança, parece-me impossível: fingir que não se gosta de um adulto, que neste caso é o pai. Isso num parece-me atitude de um fraco. Por influência de terceiros? Hummm não percebi, mas se calhar é porque estou cansada!
Escrevi um post à uns dias exactamente sobre este tema. Para mim, o meu Pai foi morrendo devagarinho. O homem que conheci foi desaparecendo até "morrer". Tenho tantas saudades do que ainda tinhamos para viver.
ResponderEliminarBeijos